A França, os EUA e a UE - breves notas.
O afastamento da França em relação aos EUA resulta do medo do Islão e da vontade de recuperar a influência mundial. Com estreita margem de manobra, a França tem actuado de forma ousada e criativa, tentando reafirmar a autonomia da França em relação aos EUA. Restaurou o eixo franco-alemão exercendo pressão na NATO e na EU e estabeleceu uma certa concertação diplomática com a Rússia e, em menor medida, com a China. Mas sua política de afastamento da América tem um efeito contraproducente.
Além de criar uma crescente cisão dentro da aliança ocidental que potencia o enfraquecimento da União Europeia, a França pratica uma política internacional de cata-vento. O pior é que, em certa medida, os europeus necessitam dos EUA para seu equilíbrio interno, e por isso o velho continente tem cedido, evitando um confronto explícito com seu antigo "protector". Mas a evolução dos acontecimentos, especialmente a partir da entrada em funções da administração Bush, tem levado a UE a divergir abertamente de Washington.
A crescente competição entre as duas regiões, nos marcos da globalização, tem sido exacerbada. As crescentes divergências comerciais, as pressões pela abertura dos mercados europeus na área da agricultura e da indústria cultural e a competição tecnológica (envolvendo até alta espionagem), têm gerado tensão nas relações entre os Estados Unidos e a União Europeia. A administração Bush tem tratado este tema sem as devidas mediações e subtilezas, tentando impor o peso americano sobre as vacilações europeias. Além disso, o dólar tem sido empregue como um instrumento de enfraquecimento do Euro, além da utilização dos políticos pró-americanos da Europa no sentido de bloquear as propostas de aprofundamento da União, tal como a federação proposta pelos alemães e a criação de um exército europeu independente da NATO.
A iniciativa americana de criação de uma Área de Livre Comércio das Américas é percebida pela UE como um instrumento de afirmação da supremacia dos EUA, e um instrumento para afastar os europeus da América Latina. Quando o México aderiu ao NAFTA, a UE perdeu imediatamente quarenta por cento do seu comércio com este país.
Finalmente a expansão da União Europeia para o leste representa uma forma de compensar o alargamento da NATO, criando alguma forma de solidariedade político-económica com os novos membros para contornar o aumento da influência americana. Essa expansão representa também uma maneira de manter o controle sobre o núcleo duro da União Europeia (França, Alemanha e, em certa medida, Inglaterra), impedindo que ela venha a criar uma força de defesa própria.
Evidentemente, a diversidade de alguns interesses no seio da UE pode e será explorada pelos EUA, além do facto dos europeus não desejarem um confronto aberto com Washington, havendo a necessidade real de certo nível de reconciliação.
Além de criar uma crescente cisão dentro da aliança ocidental que potencia o enfraquecimento da União Europeia, a França pratica uma política internacional de cata-vento. O pior é que, em certa medida, os europeus necessitam dos EUA para seu equilíbrio interno, e por isso o velho continente tem cedido, evitando um confronto explícito com seu antigo "protector". Mas a evolução dos acontecimentos, especialmente a partir da entrada em funções da administração Bush, tem levado a UE a divergir abertamente de Washington.
A crescente competição entre as duas regiões, nos marcos da globalização, tem sido exacerbada. As crescentes divergências comerciais, as pressões pela abertura dos mercados europeus na área da agricultura e da indústria cultural e a competição tecnológica (envolvendo até alta espionagem), têm gerado tensão nas relações entre os Estados Unidos e a União Europeia. A administração Bush tem tratado este tema sem as devidas mediações e subtilezas, tentando impor o peso americano sobre as vacilações europeias. Além disso, o dólar tem sido empregue como um instrumento de enfraquecimento do Euro, além da utilização dos políticos pró-americanos da Europa no sentido de bloquear as propostas de aprofundamento da União, tal como a federação proposta pelos alemães e a criação de um exército europeu independente da NATO.
A iniciativa americana de criação de uma Área de Livre Comércio das Américas é percebida pela UE como um instrumento de afirmação da supremacia dos EUA, e um instrumento para afastar os europeus da América Latina. Quando o México aderiu ao NAFTA, a UE perdeu imediatamente quarenta por cento do seu comércio com este país.
Finalmente a expansão da União Europeia para o leste representa uma forma de compensar o alargamento da NATO, criando alguma forma de solidariedade político-económica com os novos membros para contornar o aumento da influência americana. Essa expansão representa também uma maneira de manter o controle sobre o núcleo duro da União Europeia (França, Alemanha e, em certa medida, Inglaterra), impedindo que ela venha a criar uma força de defesa própria.
Evidentemente, a diversidade de alguns interesses no seio da UE pode e será explorada pelos EUA, além do facto dos europeus não desejarem um confronto aberto com Washington, havendo a necessidade real de certo nível de reconciliação.
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