sábado, outubro 28, 2006

No bom caminho.

"Inspector das polícias critica António Costa. De facto, a linguagem do inspector parece ter endurecido nas últimas semanas, desde que, após os incidentes com longas perseguições automóveis e disparos que envolveram a GNR, na zona do Porto, no espaço de poucos dias, veio a público explicitar o seu entendimento da legalidade, afirmando que, quando está em causa um pequeno delito, a polícia deve preferir deixar fugir os delinquentes a persistir em perseguições perigosas. Clemente Lima indiciava assim a sua opinião sobre os incidentes: se via as perseguições como injustificadas, em princípio não iria avalizar os tiros que as finalizaram. Mas é a primeira vez que afirma claramente aquilo que se intuía: as polícias não gostam de colaborar com quem as fiscaliza. Não gostam de ser escrutinadas, de ver as suas práticas debatidas e analisadas e eventualmente modificadas.

Há coisas, diz o inspector, em que "já se devia ter evoluído. Deviam criar-se anticorpos em relação aos sentimentos mais primários". Exemplifica com o facto de, cada vez que se fala de mortes causadas por polícias, se contrapor a contabilidade dos polícias mortos. "Estas coisas não podem ser promiscuídas, sob pena de se regressar ao xerifado que por aí campeia. "Registei que o general Mourato Cabrita considera que um militar fardado não pode admitir ser desrespeitado porque representa o Estado. Ora a autoridade do Estado não se defende a tiro! É a ideia da arma como fonte de autoridade. Isso ainda está presente nas polícias portuguesas. Assusta-me, já se devia ter evoluído
(mais aqui)".
Claro que a pequena criminalidade não devia ser castigada. O sr.juiz que dirige a Inspecção-Geral da Administração Interna habituado às fracas condenações com que os tribunais brindam a criminalidade e a incentivam, só podia vir defender a impunidade dos criminosos. Basta o crime ser de pouca relevância para que a polícia seja impedida de fazer cumprir a legalidade. Em breve teremos milhares de meliantes a assaltar as lojas com a polícia a assobiar para o lado.

Pior. Para ele parece que os polícias não são seres humanos e a sua morte é perfeitamente natural pelo que se deve evitar mencioná-las. Em breve Portugal será uma nova França. E parece que vai demorar menos do que o pensado.

Divulgue o seu blog!