A ditadura da hora dos plutocratas

As autoridades que comandam a hora normalizada, ( agora tudo é normalizado, até a caca um dia será, excepto aquela caca humana que sempre foi e que comanda isto), decidiram há anos, chamar hora de Inverno e hora de Verão, e logo, mandar acertar os ponteiros do relógio, para aquilo que os humanos chamam de hora artificial.

As justificações são a poupança de energia, as criancinhas e outros bláblás….

De facto a globalização trouxe às multinacionais mais poder e mais dinheiro, mais existência miserável aos humanos e mais normalização às suas vidas.

Os papagaios do costume confirmam e agora até temos um técnico superior desta coisa na Presidência da República, daí preferir um Rei, mesmo que seja um debochado desde que não seja panasca.

De facto, o que é que a mudança da hora altera?

Amanhece mais cedo e ficam os humanos, num sítio com luz e sol, sem um fim de tarde para gozar um pouco de luz, assim cerca das 17 horas é noite, parecido com os países nórdicos. Há que normalizar os comportamentos com os brutos do norte, sempre muito bem comportadinhos, muito loirinhos e muito cabrões, neste caso, os maridos das cabras.

Assim a globalização das empresas de energia, hoje multinacionais, ao contrário do que dizem, não se poupa coisa nenhuma, ganham muito mais, porque se gasta muito mais energia.

Ganham as empresas farmacêuticas, porque as depressões disparam, já sendo sazonais, no Outono e Primavera, aumentam para cinco vezes mais, os psiquiatras esfregam as mãos de contentes, porque o desmame é tramado.

Para além destas situações, aumentam as perturbações do sono, as insónias iniciais e as tardias, pelo que só alguns felizes contemplados podem usufruir com fototerapia para avançar ou atrasar o sono.

Ganham os governos das democracias parlamentares, invenção recente, em termos históricos, em que se junta um grupo de macacos sentados num hemicirco a fazerem crer que não estão de acordo uns com os outros.

O rebanho, esse, está dormente e doente, com a carga de antidepressivos e ansiolíticos, baixa a cabeça, olha para o chão e resigna-se e cada ovelha segue a sua existência miserável, marrando de vez em quando, uns com os outros, em vez de marrarem contra quem devem. Mas é esse o destino das ovelhas e nunca vi uma ovelha se transformar em lobo, mas gostava de ver, um dia, do cimo do outeiro onde vivo.

Amansados, deprimidos e tristes até às lágrimas, transmitem às crias e aos consortes a sua raiva e frustração quando ainda a têm e os mais fracos acabam por sofrer as consequências.

Eu, como toupeira vivo pela hora solar, porque ele é um dos meus deuses preferidos e não me tenho dado mal. Apenas os humanos, por vezes nos incomodam, a nós os animais irracionais, como gostam de nos chamar, ainda somos felizes, ao contrário dos animais racionais que afinal são animais domesticados pelos povos eleitos.