quarta-feira, dezembro 13, 2006

"Matança" na Espanha Republicana (7 de Novembro de 1936)

Quando, em 1973, Augusto Pinochet encabeçou o golpe militar que derrubou Salvador Allende (que convém desde já salientar que não foi assassinado pelos golpistas como por aí algumas mentes ignorantes apregoam, mas sim que preferiu suicidar-se em vez de caír priosioneiro quando foi atacado o palácio de La Moneda), a sua intenção era, no fundo evitar que o Chile se transformasse numa nova ditadura ao estilo cubano.
Mas, como é óbvio, as suas boas intenções não podem justificar, de forma alguma, a repressão que se instalou, a qual foi reponsável por cerca de 3000 mortes durante a sua ditadura.
Nem mesmo o facto de ter tornado o Chile no país economicamente mais próspero da América do Sul pode igualmente justificar a sua ditadura e os crimes cometidos.
Feito este pequeno intróito, vou esperar ansioso o que se dirá no dia em que Fidel Castro morrer.
A ditadura de Fidel matou, pelo menos, 10 vezes mais pessoas do que a de Pinochet.
Ao contrário de Pinochet (que se submeteu a votos, perdeu à tangente e se retirou da cena política), Fidel Castro nunca se atreveu a submeter-se ao sufrágio popular para legitimar o seu consulado.
Enquanto que Pinochet deixou um país próspero, Fidel vai deixar um país de gente letrada mas que está completamente arruinado, em que o fenómeno da prostituição alastra de forma vertiginosa, em que médicos e economistas optam por serem guias turísticos para poderem sobreviver, etc, etc.
Finalmente, e para terminar, gostaria de manifestar o meu espanto pelo facto do juíz espanhol Baltazar Garzon, que foi tão pressuroso em levantar o processo contra Pinochet, não ter tido esse mesmo zelo no seu próprio país, já que inúmeras pessoas implicadas em crimes praticados durante a Guerra Civil espanhola se encontram ainda vivas.
O caso mais chocante é o de Santiago Carrillo, ex-secretário geral do PC espanhol, ao qual bastou um só fim-de-semana para, durante a célebre matança de Paracuellos de Jarama, ter sido o responsável por mais assassínios do que Pinochet durante toda a sua ditadura.
Pois bem, Santiago Carrillo teve recentemente direito a homenagens de Estado, tendo mesmo sido feito Doutor Honoris (ou Horroris ?) Causa por uma conhecida Universidade madrilena.
Isso pressagia que, quando Fidel morrer, deverá ser decretado o luto nacional em Espanha durante pelo menos uma semana.
Estranho mundo em que vivemos ...

El Mundo
Contributo de um leitor anónimo, a quem sentidamente agradeço, a propósito do Post sobre a Ditadura Chilena de Augusto Pinochet.

3 Comments:

Blogger Joaquim Baptista said...

É preciso ter cuidado com as fontes e distinguir bem as épocas. Para mim, mortes são mortes, sempre e em qualquer época. Já agora a igreja que tanto se queixa de lhe terem morto padres e outros parasitas em Espanha durante a guerra civil, que não se esqueça dos milhares que condenou à fogueira nessa mesma Espanha. É certo que levaram mais tempo. Mas hoje tanto falam de vida e de defesa da mesma. Não sejam hipocritas, se pudessem voltavam a fazer-lo

quarta-feira, dezembro 13, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Um post interessante, sobretudo por falar num hipócrita que se diz justiceiro, que me faz lembrar uma burra que andava à nora, comendo a palha como prémio e para andar certa.

quarta-feira, dezembro 13, 2006  
Anonymous Anónimo said...

entrei nesta página, simplesmente para descobrir o que significa a palavra "xanandoa", visto que aqui em Marialva, - PR. existe um bairrro com esse nome. Nessa curiosidade aprendi muita coisa dos diversoso textos que li. Mas, infelizmente não encontrei o significado, se alguém souber , por gentileza me ensine.

quarta-feira, abril 01, 2009  

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