sábado, fevereiro 17, 2007

Lei de uns ou lei de todos?

"Os apelos ao consenso e a alguma moderação na feitura da nova lei do aborto pareceriam meras afirmações de senso comum, mas acabaram por ganhar esta semana relevância acrescida. É verdade, por vezes o mero senso comum surge como a sabedoria mais profunda. Tudo por causa de tiradas várias, típicas de mau ganhador, vindas do Bloco, do PCP e mesmo do PS - Alberto Martins chegou a dizer qualquer coisa como "ninguém fará a lei por nós" - que revelam falta de tacto e tentações de um radicalismo desnecessário. A ninguém interessa que depois do segundo referendo sobre o aborto se suceda, daqui a uns anos, novo desenterrar do assunto em Portugal. Então para quê, na hora da vitória das urnas, ter uma atitude arrogante perante quantos (qualquer coisa como milhão e meio de votos) viram a sua posição derrotada? Então para quê dizer que não faz sentido uma lei com aconselhamento prévio (como se o aconselhamento fosse em algum caso desprezível, dispensável ou mesmo negativo)? Os ganhos imediatos dessa posição radical e destemperada podem trazer amargos de boca a longo prazo. Daí a necessidade de se fazer uma lei ponderada, que não hostilize de forma deliberada e gratuita sectores que votaram "não" no domingo passado mas que agora podem dar contributos para a nova lei (o PSD, que teve deputados de um lado e do outro, é um bom exemplo).O PS tinha como bandeira eleitoral despenalizar o aborto. Andou dois anos aos ésses, mas agora conseguiu-o de forma clara e meritória. É nesta altura que deve mostrar fair play democrático."


Martim Silva

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A vitória do "sim" não apaga a triste,mas significativa presença do país retrógrado.E estão aí muitas figuras da elite e responsáveis pelo nosso atraso.Depois o referendo foi apenas uma estratégia do programa eleitoral do PS, para agradar "a gregos e troianos".Um homem como Zapatero teria tomado a decisão no âmbito politico,onde se situa -um problema social e não "moral" .Mais uma vez Sócrates teve sorte e para isso as parvoíces do "não" ajudaram muito...

sábado, fevereiro 17, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Na AR a questão do aborto...teria sido decidida numa tarde ! Somos "mestres" na arte de "mastigar e mastigar" sem decidir. Enfim...o carnaval está próximo !

sábado, fevereiro 17, 2007  
Anonymous Anónimo said...

O pessoal da esquerda não se ponha em bicos dos pés por pensar que é muito progressista. Se neste momento existe gente conservadora , reacçionária e populista é esse pessoal de esquerda : Blocos, PCP etc ,etc.... Aliás estas pseudo elites tanto da esq. com directa venha o diabo e escolha. Tenho dito.......

sábado, fevereiro 17, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Agora urge analisar como é que um jovem casal que queira ter um filho ou mais corra o risco de perder o emprego, ou perder metade do nível de vida habitual?? Como é possível que com o valor médio de salário actual, para aquisição (ou aluguer que é igual em termos de custo) leve 40 ou mais anos a amortizar? Não deverá cair o Carmo e a Trindade se os bancos tiverem lucros similares aos congéneres internacionais (com os níveis actuais, o estado ganhará em intervir nesta área), ou usem as mais valias para capital semente ou de risco... (Que também não fazem, não é seguro). Assim não iremos lá não...

sábado, fevereiro 17, 2007  

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