quinta-feira, abril 12, 2007

Explicações ou talvez não.

A questão de Sócrates ter uma licenciatura ou não é um facto menor que só releva por servir para distrair do verdadeiro pecado. De facto, discutir as habilitações académicas do primeiro-ministro, só por si, é desinteressante e pouco relevante. Agora discutir o verdadeiro pecado é questão diferente porque esse pecado é pesado. Muito pesado.

Poderia ser-lhe perdoado dúvidas como o facto de a UnI dar-lhe equivalência a 26 disciplinas e permitir que praticamente concluísse a licenciatura sem fazer prova das suas habilitações, a existência de documentos por assinar, ou sem data, timbre ou carimbo, tal como há elementos contraditórios, nomeadamente os relativos às notas atribuídas a José Sócrates, ser o mesmo professor a leccionar quatro de cinco disciplinas que o actual primeiro-ministro terá concluído naquela instituição, o facto de na biografia dos deputados da Assembleia da República (AR) constar do currículo do primeiro-ministro uma licenciatura em Engenharia Civil concluída em 1993 quando só obteve o diploma três anos depois, a 8 de Setembro de 1996, a licenciatura ter sido concluída num domingo com o respectivo lançamento de quatro notas de exame.

Obviamente que já não lhe poderão ser perdoadas as suspeitas de usar a sua qualidade de membro do Governo para obter a licenciatura, o percurso político do tal professor que leccionou as quatro cadeiras e de pressionar jornalistas para abafar a notícia.

Depois de um longo silêncio, achou que tinha chegado a hora de se explicar. E durante cerca de 40 minutos lá tentou explicar o seu percurso académico. Digo tentou, por que para quem teve tanto tempo para se preparar, estas foram as explicações que não deveriam ter sido dadas, ficando no ar uma sensação de opacidade que o futuro próximo vai referendar.

Uma coisa é certa. É este tipo de política opaca que tem ensombrado a sua governação.

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Meu Primeiro não escave mais a sepultura,não acha que já se enterrou demais?Quanto mais se mexe mais mal cheira.Penso que deveria ter explicado tudo sobre sua licenciatura,mas não explicou nada e agora ainda se quer enterrar mais.Tenha dó deste povo ignorante,que até ao calceteiro chama de Inginhero e com muita razão,alguns fazem obras maravilhosas.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Pois é o nosso Primeiro falou, falou e disse tão pouco.Vencido mas não convencido.Para mim a duvida paira no ar,não meteu agua suficiente para baixar a poeira:)Meu Promeiro Ministro,deixou a pulga atrás da orelha,não a conseguiu matar.Continua sem saber se é Enginheiro mesmo,com tudo a que tem direito,ou Inginheiro das obras feitas.Ouvi tudo mas fiquei na incerteza,se é ñao é.Será que é mesmo?Falou bastante,mas disse tão pouco.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Afinal para se aceder a qualquer licenciatura em Portugal basta dizer que se tem a cadeira x, y e Z. Palavra de honra.

Pedem-se as equivalências, e se nos apetecer entrega-se UM ou DOIS anos mais tarde um comprovativozeco. E se não se apresentar, na pior das hipoteses não nos dão a licenciatura num Domingo...

Ficam revogadas toda e qualquer análise ao conteúdo programático das cadeiras, era só o que faltava!

Nota: são aceites certificados de habilitações rasurados.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Diz que foi uma espécie de entrevista.
Repararam no recibo de uma suposta propina paga há 12 anos atrás? O nosso carpinteiro, perdão, inginhêro (foi por causa das 55 cadeiras), guardou certamente o recibo numa câmara de vácuo, é que o papel tinha um ar tão novo que... eh, pá, até parece que foi impresso umas horas antes da espécie de entrevista.
Também gostei, entre outras coisas, da negação de conhecimento e influência sobre o tal professor Morais, esse grande académico que lecciona 4 cadeiras num curso de Engenharia Civil diferentes, num só ano, ao mesmo aluno. Bolas, professores deste é que a malta precisa.
ACORDEM, BOYS DO PS, VÃO LÁ VOTAR NAQUELA PERGUNTA DA SIC.
Aquele outro documento da Assembleia, cuja fotocópia circula na net, tem uma rasura quase perfeita. Pena foi mesmo a falta de espaço, só deu para escreve Bach. Talvez ele quisesse escrever mesmo "baixo", referindo-se ao seu carácter...

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Para quem tivesse dúvidas os entrevistadores de serviço portaram-se do modo como o patrão queria. Dóceis.
Sócrates não só não convenceu como demonstrou que foi favorecido pela Independente.
A votação da SIC notícias(?).
Vem provar que, enquanto a máquina do PS esteve entretida a ouvir as "verdades" da governação, o sentimento generalizado dos portugueses exprimia não acreditar no primeiro ministro. Após o adeus do chefe vieram, tal cruzada, acudir-lhe.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Estranhava um pouco de inicio o encerramento compulsivo da Uni. Agora percebo porque a vão fechar.
Sócrates é só a ponta do iceberg, como ele há muitos mais militantes "encanudados"...
Com a Uni encerrada não há hipotese dos jornalistas vasculharem e descobrirem o resto dos tentaculos do Polvo...
Aos defensores de Socrates: Se ele vos disser que baixar as calças faz bem à economia país, vocês baixam??? Cuidado se o fizerem...

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Irrepreensível, sem quaisquer hesitações ou a gaguez que caracteriza os políticos mentirosos, sem contudo perder a humildade e inclusivé fazendo valer os seus direitos mas ignorando as insinuações, perdoando a insensatez aos seus adversários. Raramente tenho visto um discurso tão brilhante pois desde o início que percebi tratar-se de uma manobra política, um acto que creio não ter terminado ainda mas que talvez permita ao PM conhecer ainda melhor a realidade de um país através da sua virtualidade. Apesar da explicação ter sido mais do que convincente, é evidente que logo surgiu uma votação telefónica para a qual os detractores do PM se devem ter empenhado, apesar de a tendência se ter começado a inverter. Contrariamente ao que muitos de nós pensaremos, as manobras políticas e outras análogas mas igualmente de bastidores não se limitarão às verdadeiras barracadas a que assistimos na televisão como políticos a insultarem-se em debates para campanhas eleitorais. Num mundo extraordinariamente competitivo e verbalmente agressivo a todos os níveis, quer tenham a ver com a política ou até nem colidam sequer com interesses dessa natureza e onde se começa a sentir a dificuldade de determinar a origem e motivo do chamado jogo de cintura, podemos assistir a tudo, desde campanhas no sentido da inversão do percurso político, acções mundiais que provocam a subida ou a queda de acções como já aconteceu nos dias que antecederam o 11 de Setembro como até a pretensão de se ser processado, já que em termos estratégicos até mesmo isso pode ser útil no sentido de se atingirem terceiros, desviarem-se atenções ou simplesmente para se receberem dividendos a vários níveis que possam ser úteis para acções futuras tal como acontece quando um político processa outro porque não gostou que o outro dissesse isto ou aquilo, existe sempre uma mais valia que advém dessa questão. O pensamento do Homem moderno é complexo, como um relógio daqueles antigos, com uma infinidade de engrenagens, de rodas dentadas, que ao destaparem-se nos mostram outras mais pequenas, e outras e mais outras, quando superficialmente, ao abrirmos a parte de trás do relógio, vemos apenas umas três ou quatro. O espectro político actual assemelha-se a uma verdadeira caixa de Pandora, deparamos com as situações mais aberrantes, aparentemente dispersas e disparatadas mas que depois de analisadas com maior profundidade fazem um certo sentido. E é claro que a questão da equivalência ter inicio antes de entregar os certificados tinha de servir de mote, uma argumentação fraca já que se por um lado nenhuma universidade passaria equivalências sem o respectivo certificado, por outro, qualquer universidade sabe que existem telefones e outros meios de comunicação, bastando perguntar à antiga universidade se é verdade que o aluno frequentou as ditas cadeiras com aproveitamento e após confirmação, iniciar o processo de equivalência mesmo sem ter logo o respectivo certificado. O PM venceu e convenceu no que diz respeito às habilitações e note-se que o centro da polémica que é o diploma da UnI deixa de fazer sentido na medida em que bastariam as habilitações que já possuia antes de ingressar na privada para estar mais do que qualificado para o cargo em questão.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de quererem apresentar trabalho, esta estrevista pareceu-me mais ma forma do 1º Ministro se ilibar do que ser afinal um esclarecimento claro desta situação.
Estranho, muito estranho, é aquela situação de ter escrito nas informações na AR em 1993 que era engenheiro e depois ter riscado e ter escrito engenheiro técnico (o que confirma o que eu já aqui tinha escrito, sobre a pseudo-valorização social dos títulos académicos), mas então não sabia antes que era só eng. técnico (antigos agentes-técnicos).
Depois, e estive a rever a gravação, quando acabou o ISEC e passou para o ISEL fez mais dez cadeiras e quando entrou na Un.I. fez mais cinco cadeiras.
Ora aquilo que eu e aqueles que não frequentaram estas escolas, gostariamos era de saber afinal quantas disciplinas é que eram precisas para a licenciatura após o tal curso do ISEC, pois já aqui alguém disse que eram 24 ou 25 e o 1º ministro "apenas" fez 10+5=15 e as outras?
Também aquela parte de só entregar o certificado de habilitações vários meses após ter entrado na Un.I., é no mínimo estranho, pois leva assim tanto tempo a passar um mero certificado, será que é feito por algum "copista especializado" e em pregaminho?
É um facto que eu só tenho um mero curso industrial, mas quando fiz os exames finais de curso e precisei de um certificado de habilitações para arranjar emprego, ele foi-me dado em poucos dias, tal como para o diploma, será que, para um bacharelato são assim precisos tantos meses?
Esta parte da entrevista, juntamente como é foram "frequentadas" as aulas na Un.I., também não foi lá muito bem esclarecida, parece que, como era em horário pós-laboral só lá ia quando queria ou podia, assim também eu quero, ainda para mais, sem ser preciso apresentar certificado de habilitações!
Quanto ao resto da entrevista ou do "branqueamento" (conforme as opiniões), não se saiu do défice, apesar de não explicar, que estando a economia a "subir", como é que continua a aumentar o desemprego (certamente é aquela velha teoria do frango e dos dois homens, um só come o frango inteiro, e as estatísticas "provam" que, cada um comeu metade).
Enfim, uma entrevista para rever sempre que estejamos com insónias, ao menos serve de suporífero.
A propósito, também vou para o berço, que fiquei com sono!
Bons sonhos e sonhem no vosso próximo grau académico, que eu vou sonhar com o meu!

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Tal como o Engº Sócrates também obtive a minha licenciatura a partir de um bacharelato.
Tive que fazer 16 cadeiras durante 2 anos.
Antes de me inscrever na universidade tive que apresentar o certificado de habilitações com notas discriminadas.
Necessitei de fazer frequências, exames, e tive que estudar muito.
Tive uma turma e os que obtiveram a licenciatura no ano de 1997 realizam anualmente um almoço de confraternização.Este ano será no dia 2 de Junho.
Existe uma história. Porque será que algo tão simples não é explicado?

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Por motivos profissionais, apanhei a entrevista a meio e ?o que me pareceu? foi que, quer na formulação das perguntas quer na condução da entrevista, os entrevistadores nunca foram suficientemente incisivos nem convincentes. Questionaram a medo e foram postos na ordem pela "voz do dono".O entrevistado fez perguntas, deu as respostas, ignorou outras e só falou do que quis.
Esperava mais do José Alberto Carvalho e da Maria Flor Pedroso.
O PM é que orientou a entrevista e definiu os tempos. Até mandou os entrevistadores esperar...
Acabou por ser uma entrevista para "presidente ter oportunidade de brilhar". Se não conseguiu, não foi por falta de oportunidade, foi por pura inépcia. Acabou mal porque caiu na tentação de vender de barato a banha da cobra. Ficámos na mesma. O país continua indo, nada muda e o tempo nunca mais melhora? chuva e trovões.
E não vislumbro ninguém que possa fazer alguma coisa por esta terra!

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

atento disse...
A votação da SIC notícias(?).
Vem provar que, enquanto a máquina do PS esteve entretida a ouvir as "verdades" da governação, o sentimento generalizado dos portugueses exprimia não acreditar no primeiro ministro. Após o adeus do chefe vieram, tal cruzada, acudir-lhe.


Não foi assim que Salazar ganhou e Cunhal ficou em segundo?

quinta-feira, abril 12, 2007  
Blogger PA said...

Para mim o que não é menor, e no meio deste fait-divers político, o que considero mais importante é:


- Inspecção Geral de Educação - do público ao privado, do básico ao superior: QUE EFICÁCIA ?? Que resultados ?

- Comunicação Social: Que pressões do Poder Político ?
A este propósito aconselho a leitura do seguinte artigo no DN:
http://dn.sapo.pt/2007/04/12/opiniao/um_cenario_preocupacao.html


O resto é "palha" ....



abraço

quinta-feira, abril 12, 2007  
Blogger carneiro said...

E onde está a cópia da 'dissertação' ?

quinta-feira, abril 12, 2007  
Blogger gandaxone said...

Eu por acaso acho que é patética a orquestra laranja e o baixo nível a que chegou, incluindo a manhosa e sorrateira "notícia" do Publico online que assim mostrou o que entende por isenção. Mas também acho tudo isto muito positivo. A continuar assim, tanto MMendes como os catedráticos dos blogs, nas próximas eleições o PSD ainda vai parar aos níveis do CDS.

quinta-feira, abril 12, 2007  
Anonymous Anónimo said...

"Olhe que não, olhe que não"!!!

quinta-feira, abril 19, 2007  

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