terça-feira, abril 10, 2007

O Caso UNIGATE

A vassourada de Mariano Gago não foi higiénica, nem produziu efeitos. A questão, longe de se dissipar, permanece e agrava-se mesmo, tais as contradições presentes e, principalmente, a repugnante ousadia do Ministro em defesa de um ensino sem qualidade sustentado em certificados ou no esperançado canudo, sem que se prescreva a necessidade de esforço, de trabalho, de rigor e validade científica e pedagógica. E, aqui, reside a questão central em todo este caso Unigate. Aliás, pode dizer-se mesmo, de todo o ensino privado e público, do básico ao secundário, do superior ou cooperativo.

(...) o discurso utilizado por Mariano Gago não é rigoroso nem justificado. Bastará referir a necessidade da existência de um continuidade curricular e pedagógica numa Universidade recém aberta (o que não se verificou entre 1995/97) e atender ao facto que as irregularidades existirem há muitos anos atrás, sem que o controle por parte da Inspecção-Geral da Ciência e do Ensino Superior tenha detectado qualquer falta séria.

Assim, o facto de a UNI passar, de um momento para outro, de uma instituição a funcionar normalmente para registar, depois, um "calamitoso" e "lastimoso" estado de degradação, só ornamenta a frontaria de quem quer. O que é evidente é que uma Inspecção Geral de Ensino que está dependente da tutela, por muito que os senhores inspectores consigam a proeza de terem estatuto de independência e autonomia, não pode apresentar nunca o vigor e a energia que se pretende e que, eles mesmo, exigem e aspiram.
Saber que na velha Inglaterra a inspecção de ensino está afecta à Rainha, fora do compadrio partidário e da caridade política, diz muito e explica, também por aqui, a situação do ensino e da educação na paróquia. Vai-se seguir tal exemplo de idoneidade, ou irá continuar esse sentimento de indiferença e de imoralidade?
Que o diga Mariano Gago, se para tal estiver interessado.

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