sábado, setembro 08, 2007

Orgulho e preconceito

"Seu direito não tem outro limite que seu poder e sua vontade. No estado de sociedade, como no de natureza, a força é a única medida do direito. No estado social, o monopólio da força pertence ao soberano. Houve, da parte de cada indivíduo, uma atemorizada renúncia do seu próprio poder.
Mas não houve pacto nem contrato, o que houve, como diz Halbwachs, foi "uma alienação e não uma delegação de poderes". O efeito comum do poder consistirá, para todos, na segurança, uma vez que o soberano terá, de fato, o maior interesse em fazer reinar a ordem se quiser permanecer no poder.
Apesar de tudo, esse poder absoluto permanece um poder de fato que encontrará seus limites no dia em que os súditos preferirem morrer do que obedecer. Em todo caso, esta á a origem psicológica que Hobbes atribui ao poder despótico.
Ele chama de Leviatã ao seu estado totalitário em lembrança de uma passagem da Bíblia (Job ) em que tal palavra designa um animal monstruoso, cruel e invencível que é o rei dos orgulhosos."
Os possuídos por Leviatã, refiro-me aos Ingleses, há muito que o são.
Vem a propósito de que acreditam de forma religiosa em tudo o que os jornais escrevem.
Assim foi em relação ao Iraque.
Demonizado que foi, depois de afinal se ter demonstrado que não tinham armas de destruição em massa.
Invadiram, desmantelaram à bomba, desmontaram por completo toda a estrutura de um estado e criaram uma coisa que Hobbes o autor de Leviatã mais temia:
«"Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos. Não pensemos que mesmo os homens mais robustos desfrutem tranqüilamente as vitórias que sua força lhe assegura. Aquele que possui grande força muscular não está ao abrigo da astúcia do mais fraco. Este último - por maquinação secreta ou a partir de hábeis alianças - sempre é o suficientemente forte para vencer o mais forte. Por conseguinte, ao invés de uma desigualdade, é uma espécie de igualdade dos homens no estado natural que faz sua infelicidade. Pois, em definitivo, ninguém está protegido; o estado natural é, para todos, um estado de insegurança e de angústia.
Assim sendo, o homem sempre tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor, em última instância mais poderoso do que o orgulho, é a paixão que vai dar a palavra à razão. (Essa psicologia da vaidade e do medo é, em Hobbes, uma espécie de laicização da oposição teológica entre o orgulho espiritual e o temor a Deus ou humildade.) É o medo, portanto, que vai obrigar os homens a fundarem um estado social e a autoridade política. »
Alguém se apressou a condenar Mr Blair? Afinal tratou-se de uma invasão que se veio a revelar um acto de pirataria, na sequência de outros, feitos por indivíduos sem escrúpulos ao serviço de Sua Majestade como o caso de Drake, armado entretanto cavaleiro, ou Sir como eles tanto gostam de os chamar. Por aqui, conhecemos bem as façanhas desse assassino, aguarda-se no Algarve que nos devolvam o que nos roubaram.
O super juíz apressou-se a emitir um mandato internacional aos responsáveis pela carnificina importada, depois da destruição do estado laico existente no Iraque?
Já agora:
Para onde foi o ouro e os dólares do Banco Central Iraquiano?
Para onde foram as peças dos museus do berço da humanidade? Claro que foram os iraquianos que as televisões censuradas, pisaram e repisaram na sua teoria que todos são crianças inocentes, porque assim são tratados os súbditos de Sua Majestade, pelos Murdochs deste mundo.
Do ouro negro nem falar.
Continuam a morrer os soldados de Sua Majestade, profissionais é certo, porque Leviatã não deixa dar a outra face, nem perder a face, apesar da barbárie de que foram porteiros, caso a que já estão habituados.
Agora, ficam abespinhados, horrorizados, confusos perante a barbárie e o crime de lesa súbditos de Sua Majestade por terem sido constituídos arguidos, facto requerido por não se sabe quem.

Afinal qual a suspeita?

Abandono dos filhos enquanto jantavam com os amigos.

Desaparecimento da filha mais velha que deveria estar à guarda dos pais que se presume morta.

Com o ar que se lhes conhece, deve ser da porcaria que comem, vêm assim tratar-nos como sempre nos trataram, com arrogância e espírito superior, ressalvo aqui, raríssimas excepções de alguns, muito poucos, súbditos britânicos que nos trataram de igual para igual.

Presume-se, que o caso se fique pelas esfinges gélidas, a não ser que o gelo quebre na parte mais fina e que fique como os que conhecemos, graças à justiça e ao novo código penal, tão a propósito e a pedido de Leviatã.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

¿Todo inglés pariente de Drake es? ¿Carrascos ruivos do Tamisa?

segunda-feira, setembro 10, 2007  

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