A “independência simpática” de Constâncio
"O Governador do Banco de Portugal disse este fim de semana em Washington que as previsões do Governo para a economia portuguesa em 2008 estão “dentro do intervalo”.
Em ‘economês’ isto significa que Vítor Constâncio considera razoáveis as previsões divulgadas pelo ministro das Finanças. No plano económico este aval do Banco de Portugal ao cenário do Governo pode ser lido como uma boa notícia – com a informação disponível, Constâncio não antevê um impacto significativo da crise financeira internacional em Portugal. A incerteza é, contudo, ainda grande, pelo que todas as estimativas – da mais pessimistas, como as do FMI (1,8% de crescimento para Portugal em 2008) às mais optimistas (como as do Governo, de 2,2%) terão de ser tomadas com uma pitada de sal. Outro plano de leitura do apoio de Constâncio, mais interessante, é o político. Numa altura em que as previsões do Executivo são criticadas e confrontadas com outras menos favoráveis, o Governador do Banco de Portugal mostra o seu apoio. Mais um sinal da “independência simpática” com que o banco central português – antes mais distante do poder político – trata das relações com o governo de José Sócrates. Não destrói a credibilidade da instituição, mas chega para que deixe de ser intocável. "
Bruno Faria Lopes
Em ‘economês’ isto significa que Vítor Constâncio considera razoáveis as previsões divulgadas pelo ministro das Finanças. No plano económico este aval do Banco de Portugal ao cenário do Governo pode ser lido como uma boa notícia – com a informação disponível, Constâncio não antevê um impacto significativo da crise financeira internacional em Portugal. A incerteza é, contudo, ainda grande, pelo que todas as estimativas – da mais pessimistas, como as do FMI (1,8% de crescimento para Portugal em 2008) às mais optimistas (como as do Governo, de 2,2%) terão de ser tomadas com uma pitada de sal. Outro plano de leitura do apoio de Constâncio, mais interessante, é o político. Numa altura em que as previsões do Executivo são criticadas e confrontadas com outras menos favoráveis, o Governador do Banco de Portugal mostra o seu apoio. Mais um sinal da “independência simpática” com que o banco central português – antes mais distante do poder político – trata das relações com o governo de José Sócrates. Não destrói a credibilidade da instituição, mas chega para que deixe de ser intocável. "
Bruno Faria Lopes
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