Os outros e Eu
Contaram-me e eu sei, porque já vi
Que os bichos, quando chega a sua hora e sentem a presença da senhora da gadanha
Procuram um lugar quieto e calmo, longe de tudo e de todos os outros seres
E esperam.
Antes, diziam os antigos e eu lembro-me daquela forma como se lembra um sonho
Que os antigos, habitualmente os velhos, ou os novos que perdiam as forças e esperanças
Faziam como aqueles seres a que chamamos de bichos.
Eu que vagueio por vezes, pelos campos e pela minha consciência
Que por vezes não consigo distinguir a realidade, ou a verdade da mentira
Que me interrogo do bem e do mal,
Que vivo rodeado de sombras, com os quais não posso falar nem ver,
Mas que pressinto, como se de pessoas idas para o outro lado se tratassem
Porque, por vezes, e duvido que outros que não eu, já não sofressem esse sentimento
Que se manifesta como um arrepio
Se sente no corpo, principalmente nos cabelos
Como se fossemos um cão de pêlo eriçado pressentindo o perigo;
Eu, na minha imaginação ou ignorância
Penso que são seres etéreos, querubins ou outros anjos
Que de hierarquias de anjos pouco conheço.
Dos outro não sei, por que lhes conheço apenas a superfície da alma,
Algumas coisas boas e más do corpo
O que para aprendiz de feiticeiro que sempre quis ser, não é nada mau
Ou então trata-se de um defeito de vaidade.
Dos outros pouco conheço e de mim, o mesmo posso dizer
Ainda não consegui saber o que sou eu, e o que são os outros, bichos, terra, mar, ar.
Tudo junto.
Daí, a minha sempre dúvida, de não saber onde começa o bicho e acaba o homem
Porque, no fundo acredito que todos temos alma.
Já experimentaram olhar nos olhos de um animal que se aconchega
Ou que nos suplica algo, com o olhar que só os bichos podem ter
Se isso não é alma o que é?
Se homens e bichos procuram um recanto para morrer, quando de morte não violenta
Que somos todos, senão animais com alma?
O mundo afinal, se calhar somos todos
Como as estrelas todas são iguais
Diferentes no brilho dado ou não pela distância, e do combustível que um dia se há-de gastar
Como a vida dos Outros e de Eu.
José Lopes Correia
Que os bichos, quando chega a sua hora e sentem a presença da senhora da gadanha
Procuram um lugar quieto e calmo, longe de tudo e de todos os outros seres
E esperam.
Antes, diziam os antigos e eu lembro-me daquela forma como se lembra um sonho
Que os antigos, habitualmente os velhos, ou os novos que perdiam as forças e esperanças
Faziam como aqueles seres a que chamamos de bichos.
Eu que vagueio por vezes, pelos campos e pela minha consciência
Que por vezes não consigo distinguir a realidade, ou a verdade da mentira
Que me interrogo do bem e do mal,
Que vivo rodeado de sombras, com os quais não posso falar nem ver,
Mas que pressinto, como se de pessoas idas para o outro lado se tratassem
Porque, por vezes, e duvido que outros que não eu, já não sofressem esse sentimento
Que se manifesta como um arrepio
Se sente no corpo, principalmente nos cabelos
Como se fossemos um cão de pêlo eriçado pressentindo o perigo;
Eu, na minha imaginação ou ignorância
Penso que são seres etéreos, querubins ou outros anjos
Que de hierarquias de anjos pouco conheço.
Dos outro não sei, por que lhes conheço apenas a superfície da alma,
Algumas coisas boas e más do corpo
O que para aprendiz de feiticeiro que sempre quis ser, não é nada mau
Ou então trata-se de um defeito de vaidade.
Dos outros pouco conheço e de mim, o mesmo posso dizer
Ainda não consegui saber o que sou eu, e o que são os outros, bichos, terra, mar, ar.
Tudo junto.
Daí, a minha sempre dúvida, de não saber onde começa o bicho e acaba o homem
Porque, no fundo acredito que todos temos alma.
Já experimentaram olhar nos olhos de um animal que se aconchega
Ou que nos suplica algo, com o olhar que só os bichos podem ter
Se isso não é alma o que é?
Se homens e bichos procuram um recanto para morrer, quando de morte não violenta
Que somos todos, senão animais com alma?
O mundo afinal, se calhar somos todos
Como as estrelas todas são iguais
Diferentes no brilho dado ou não pela distância, e do combustível que um dia se há-de gastar
Como a vida dos Outros e de Eu.
José Lopes Correia
1 Comments:
Não tenho saudades de antes 25, mas deploro o caminho que seguimos. Dantes dizia-se que o país pertencia a 200 famílias que tudo e todos exploravam. Ex: Min. Henrique Tenreiro-Pescas-morreu na miséria. A. Tomaz, idem. Hoje são l00 políticos, 50 médias e 50 empresas. Ou menos. A moral está de rastos. O resto também.Quando acabará tanta porcaria.
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