Que grande maçada
"É natural que a máquina pedófila esteja pronta a varrer de vez os que têm a infame ousadia de denunciar os crimes dos seus membros. Assim não pode ser. Isto não se faz a ninguém, nem ao pior dos inimigos. Depois de tanto esforço, de tanta energia gasta em lavar tudo o que fosse suspeitas sobre pedofilia, fazer crer aos incrédulos cidadãos que os maus são as vítimas e os bons são os abusadores, figuras impolutas, acima de qualquer dúvida, por mais pequena que seja, os senhores e senhoras do costume voltam ao ataque e eis que a sociedade portuguesa é de novo bombardeada com mais notícias sobre redes de pedofilia, alunos da Casa Pia levados para casas de famosos, relatos de abusos sexuais, vidas de jovens completamente estragadas e arruinadas entre festas, sardinhas assadas e muito divertimento.
Um trabalho de anos, feito com todo o cuidado e muito discretamente, ameaça ir por água abaixo em pouco tempo. Isso não se faz, é impossível, é verdadeiramente insuportável. Cinco anos depois das primeiras denúncias, em que o julgamento de meia dúzia de arguidos, uns mais famosos do que outros, ainda prossegue lentamente, só faltava mesmo a este sítio cada vez mais perigoso, cada vez mais mal frequentado e cada vez mais previsível que a pedofilia e a Casa Pia voltassem a ocupar a agenda da Comunicação Social.
Sentados no sofá, com um sorriso nos lábios, muitos dos que sofreram efeitos colaterais por terem denunciado os vícios de gente importante desta República pouco recomendável, assistem agora, cinco anos depois, aos esforços mais ou menos desesperados de um conjunto de baratas tontas que se desmultiplicam em declarações, compromissos solenes e outras coisas patéticas para tentar disfarçar não só a atrapalhação como a raiva que lhes vai na alma por verem todos os seus esforços para lavar, esconder e despenalizar os crimes de pedofilia irem praticamente por água abaixo.
É verdade que o Código de Processo Penal continua em vigor e é muito natural que o procurador-geral da República não tenha qualquer intenção de propor a alteração do célebre artigo do crime continuado. É verdade que a máquina estatal ligada à Casa Pia está coesa e sem vozes subversivas depois do afastamento de Catalina Pestana.
É verdade que poder político está, mais do que nunca, atento e de atalaia a tudo o que possa vir de perigoso das autoridades judiciais e policiais. É verdade tudo isto. Mas como ainda há vozes que não conseguiram calar e que continuam a ter lugar para escrever e falar sobre pedofilia e as suas vítimas, é natural que a máquina pedófila esteja a postos e pronta a fazer os possíveis e impossíveis para varrer de vez os que têm a infame ousadia de denunciar os crimes dos seus membros."
António Ribeiro Ferreira
Um trabalho de anos, feito com todo o cuidado e muito discretamente, ameaça ir por água abaixo em pouco tempo. Isso não se faz, é impossível, é verdadeiramente insuportável. Cinco anos depois das primeiras denúncias, em que o julgamento de meia dúzia de arguidos, uns mais famosos do que outros, ainda prossegue lentamente, só faltava mesmo a este sítio cada vez mais perigoso, cada vez mais mal frequentado e cada vez mais previsível que a pedofilia e a Casa Pia voltassem a ocupar a agenda da Comunicação Social.
Sentados no sofá, com um sorriso nos lábios, muitos dos que sofreram efeitos colaterais por terem denunciado os vícios de gente importante desta República pouco recomendável, assistem agora, cinco anos depois, aos esforços mais ou menos desesperados de um conjunto de baratas tontas que se desmultiplicam em declarações, compromissos solenes e outras coisas patéticas para tentar disfarçar não só a atrapalhação como a raiva que lhes vai na alma por verem todos os seus esforços para lavar, esconder e despenalizar os crimes de pedofilia irem praticamente por água abaixo.
É verdade que o Código de Processo Penal continua em vigor e é muito natural que o procurador-geral da República não tenha qualquer intenção de propor a alteração do célebre artigo do crime continuado. É verdade que a máquina estatal ligada à Casa Pia está coesa e sem vozes subversivas depois do afastamento de Catalina Pestana.
É verdade que poder político está, mais do que nunca, atento e de atalaia a tudo o que possa vir de perigoso das autoridades judiciais e policiais. É verdade tudo isto. Mas como ainda há vozes que não conseguiram calar e que continuam a ter lugar para escrever e falar sobre pedofilia e as suas vítimas, é natural que a máquina pedófila esteja a postos e pronta a fazer os possíveis e impossíveis para varrer de vez os que têm a infame ousadia de denunciar os crimes dos seus membros."
António Ribeiro Ferreira
1 Comments:
António Ribeiro Ferreira continua contundente como sempre.
Corajoso no meio do pântano de artigos jornalisticos e de opinião que por aí abundam.
Se pântano fosse apenas esse mal não estaráimos.
Mas, a verdade é que o pântano é o sítio, é o dizer que se vai fazer isto e aquilo, que a crise não existe que é tudo invenção de alguns, que felizmente ainda pensam e sobretudo de alguns que não vendem a alma ao diabo e que continuam a amar este cantinho, como lhe chamavam muitas vezes os nossos avós.
Nesta época de coligação entre o governo, o PR e as oposições, apenas divergentes em coisas de pormenor, para fazer crer que estão na oposição e que o regime parlamentarista existe, ecoam ainda na memória de muitos, as palmas quando da libertação de Pedroso.
Este estado do sítio não pode durar muito, porque o chamado crescimento económico é mentira, as estatísticas são feitas como obra de ficção e os desempregados são descarregados conforme a falta de dinheiro duma segurança social há muito falida e sem autosustentação.
O pântano é isto...
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