Regresso a penates
"Desmontada a tenda, vamos regressar à nossa apagada e vil tristeza. Sócrates incluído. É o triste regresso ao país real. Depois de uma inofensiva, mas terapêutica, vaia ao nosso primeiro-ministro no Parlamento Europeu, chegou ao fim, ontem, com a assinatura do tratado dito reformador, um ciclo de eventos de invulgar mediatismo em que Sócrates tudo fez para ficar na fotografia como uma estrela de primeira grandeza. E na fotografia ficou. Mas quanto a ficar na História é outra coisa. Aproveitam-se a vaidade dos sorrisos de orelha a orelha e os sonhos da efémera glória dos últimos seis meses. Desmontada a tenda, vamos agora regressar à nossa apagada e vil tristeza. Sócrates incluído. É o triste regresso ao país real. Onde o reconhecimento do estatuto com que Sócrates sonhou está muito longe de ser uma realidade. A presidência da UE deu-lhe a visibilidade por que tanto ansiava e parece ser a maior ambição de todos os políticos. Com a colaboração do seu amigo Barroso, ajudou a que os recados que lhe foram encomendados fossem levados a bom termo. A que tudo fosse “porreiro”.
É legítimo que Sócrates fique agora à espera do prémio que julga ser-lhe devido. Pelo menos não evitou os mais arriscados exercícios de contorcionismo. Foi, sem dúvida, um mandatário aplicado e zeloso. Tão zeloso que conseguiu vender o tratado como se ele não fosse um tratado constitucional. Uma constituição grosseiramente travestida. A mais estúpida das teses. E, para que ninguém tenha dúvidas sobre a sua fidelidade, até se dispõe a engolir em seco uma das suas mais emblemáticas promessas eleitorais. A de referendar o texto do Tratado. Ultrapassando com a ousadia dos corriqueiros incumpridores de promessas a linha divisória daquilo a que Adriano Moreira chamou um dia “a mentira razoável”.
Infelizmente, a verdade é que Sócrates parece muito mais preocupado com o que possam pensar dele Merkel, Sarkozy, Brown e todos os pagens desta corte de interesses contraditórios que é esta Europa. Os seus favores durante seis meses não foram para nós. As suas preocupações não foram as nossas. As suas ansiedades nada tiveram a ver com as nossas desgraças. Há uma ironia amarga no facto de o Tratado ter sido assinado em Lisboa. Com pompa e circunstância. Afinal, somos um dos parceiros menores que com ele veremos amputada mais uma parcela da nossa já reduzida soberania. Com princípio da subsidiariedade ou sem ele. É claro que a nossa soberania foi sempre muito mais ficcional do que real. A cultura política dos nossos dirigentes sempre foi a da moda importada. A da subserviência. A do medo e da incapacidade de afirmar que temos interesses próprios. Mas dava para disfarçar. Só que, a partir de agora, as limitações à nossa soberania já não poderão ser disfarçadas. A festa acabou. Para sempre. Já ninguém duvida de que Sócrates fará tudo quanto os parceiros europeus lhe sugerirem para impedir que os Portugueses sejam ouvidos. Reduzindo-nos ao grau zero da cidadania.
Ontem foi a festa. Preparemo-nos para o velório."
João Marques dos Santos
É legítimo que Sócrates fique agora à espera do prémio que julga ser-lhe devido. Pelo menos não evitou os mais arriscados exercícios de contorcionismo. Foi, sem dúvida, um mandatário aplicado e zeloso. Tão zeloso que conseguiu vender o tratado como se ele não fosse um tratado constitucional. Uma constituição grosseiramente travestida. A mais estúpida das teses. E, para que ninguém tenha dúvidas sobre a sua fidelidade, até se dispõe a engolir em seco uma das suas mais emblemáticas promessas eleitorais. A de referendar o texto do Tratado. Ultrapassando com a ousadia dos corriqueiros incumpridores de promessas a linha divisória daquilo a que Adriano Moreira chamou um dia “a mentira razoável”.
Infelizmente, a verdade é que Sócrates parece muito mais preocupado com o que possam pensar dele Merkel, Sarkozy, Brown e todos os pagens desta corte de interesses contraditórios que é esta Europa. Os seus favores durante seis meses não foram para nós. As suas preocupações não foram as nossas. As suas ansiedades nada tiveram a ver com as nossas desgraças. Há uma ironia amarga no facto de o Tratado ter sido assinado em Lisboa. Com pompa e circunstância. Afinal, somos um dos parceiros menores que com ele veremos amputada mais uma parcela da nossa já reduzida soberania. Com princípio da subsidiariedade ou sem ele. É claro que a nossa soberania foi sempre muito mais ficcional do que real. A cultura política dos nossos dirigentes sempre foi a da moda importada. A da subserviência. A do medo e da incapacidade de afirmar que temos interesses próprios. Mas dava para disfarçar. Só que, a partir de agora, as limitações à nossa soberania já não poderão ser disfarçadas. A festa acabou. Para sempre. Já ninguém duvida de que Sócrates fará tudo quanto os parceiros europeus lhe sugerirem para impedir que os Portugueses sejam ouvidos. Reduzindo-nos ao grau zero da cidadania.
Ontem foi a festa. Preparemo-nos para o velório."
João Marques dos Santos
1 Comments:
---> Os Nacionalistas (e os nacional-patrioteiros) vão continuar a caminhar - duma forma imparável - em direcção ao CAIXOTE DO LIXO da História...
NOTA IMPORTANTE:
---» A (mafiosa) INQUISIÇÃO MESTIÇA, a cada dia que passa, possui cada vez mais força repressiva...
---» Aqueles que adoram rogar pragas ao mundo que fiquem na deles... pois os Identitários tem mais que fazer!... De facto:
- Nº 1 -> A luta pela sobrevivência sempre foi, é, e continuará a ser, uma coisa difícil e complicada;
- Nº 2-> Os Identitários europeus poderão ter futuro no planeta, mas (antes que seja tarde demais... isto é, antes que a força repressiva da Inquisição Mestiça alcance um nível demasiado elevado) isso só será possível através do SEPARATISMO.
{ ver um exemplo aqui }
[http://separatismo--50--50.blogspot.com/]
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