Recessão

Nos Estados Unidos, as aparências enganam.

O dinheiro tornou-se uma mercadoria escassa e cara?

Como se o Fed baixa mensalmente o preço do dinheiro?

É verdade, mas a economia real não é como o jogo do Monopólio.

O mecanismo M3-taxas de juro-taxas de câmbio é algo delicado.

Com injecções massivas de capital, e reduções artificiais dos juros, o dólar entra em queda livre, as importações tornam-se mais caras e a inflação encarrega-se de transformar o “sonho americano” num “pesadelo (quase) global”…

Pessimismo?
Sugerimos uma breve reflexão sobre alguns factos recentes:
Grandes marcas do sector retalhista estadunidense espalham alarmismo quando comparam as vendas entre Dezembro 2007-2006:
Kohl´s (-11%); Macy’s (-7,9%) Target (-5%); Nordstrom (-4%);
O Departamento do Comércio (15/01) informou que as vendas no sector retalhista, no mês passado, “foram as piores desde 2002″;
David Schick, analista do sector retalhista na empresa de investimentos de St. Louis, Stifel Nicolaus, afirmou ao New York Times:

“A verdade é esta: Os consumidores estão a fugir das lojas.”
O PIB norte-americano depende em 70% do consumo diário dos seus 300 milhões de habitantes.

Recuos nas vendas (grossistas ou retalhistas), mesmo ligeiros, accionam os alarmes económico-financeiros do país;
Desde 1991, quando a economia americana atravessou uma curta recessão, que não se verificava uma queda tão abrupta no comportamento dos viciados e gastadores clientes dos tentadores centros americanos de consumo;
A crise económica de 2001 começou sem registar uma quebra tão acentuada quanto esta;
O fim do virtuoso ciclo do crédito barato-consumo-crédito barato começou em 2006, com a depreciação continuada dos preços dos imóveis;
Em poucos meses os bancos apertaram as condições de crédito ao consumo; os sucessivos refinanciamentos, garantidos por hipotecas de alto risco - subprime - deixaram de ser possíveis;
Este ano o imobiliário americano vai continuar em queda livre (-20/30%);
Se a tendência de consumo verfificada em Dezembro/2007 se mantiver no primeiro trimestre de 2008 é duvidoso que alguém, no seu perfeito juízo, continue a confundir arrefecimento económico com recessão…
O endividamento representa 18,7% dos activos das famílias e das organizações sem fins lucrativos (dados do Fed);
Os incidentes de crédito «subprime» no sector hipotecário já estão a atingir outros segmentos críticos (crédito automóvel e cartões de crédito);
Paul Kasriel, economista-chefe do banco Northern Trust, citado pelo Wall Street Journal disse que as famílias americanas “não dispõem de quaisquer reservas financeiras para recuperarem” da crise, estimando que existem 65% de possibilidades de a economia americana entrar em recessão.
David Rosenberg, economista-chefe do banco Merrill Lynch para a América do Norte, não é tão benevolente no julgamento:

“A questão não é saber se vamos sofrer uma recessão, mas sim quão profunda e prolongada será”, afirmou ao New York Times. Mais, Rosenberg sustentou que nem governo, nem Fed, nem ninguém terá capacidade para, mesmo artificialmente, evitar uma “dolorosa” era para o capitalismo americano.
MRA, Dep. Data Mining
http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/

Pronto aqui está, porque contra factos não há argumentos.
Por cá?
Continuam os disparates das declarações dos responsáveis políticos, desde o PM à Senhora Manuela Ferreira Leite.
O governo não pode baixar os impostos porque não reduz despesa e porque o Banco de Portugal não tem estratégia.
Porque a inflação é mentira, porque o défice é mentira e logo o orçamento uma peça à partida falaciosa, hipotecando todos os anos o futuro deste sítio. A partir de Julho não se pagam aos fornecedores na grande maioria dos ministérios e depois a factura aumenta porque os fornecedores se defendem.
Não vai haver contraciclo desta vez porque não há espaço e o contágio já aí está, A finança contagiou como um vírus mortal a economia, e não é preciso ser mestre da católica para saber isto. Vejam os resultados das bolsas dia a dia, nos últimos meses.
O governo, ou melhor os governos do bloco central, são mandados pelos espanhóis de há muito, a esta parte.
Assim acabamos por não pagar uma parte importante de impostos de bens de consumo porque os compramos em Espanha e muitas empresas fecharam porque é impossível competir quando se tem um governo que está mais preocupado em multar, fechar e fiscalizar.
Os extremos das entidades fiscalizadoras são de todos conhecidos.
O olhar para o lado das entidades reguladoras, não é apenas uma questão de olhar para o lado, é uma questão de ouvir a voz do dono e logo o mercado assim funciona como uma doença incurável, porque o estado, a principal entidade reguladora não existe, foi entregue a quadrilhas organizadas.
Portanto estamos entregues.
O BCE oscila e a Comissão mostra de facto o que sempre foi, um clube de gente sem preparação ou então a trabalhar para interesses que não estão na Europa.
Poderia dizer Deus nos ajude, mas Deus não é para aqui chamado.
Fiquem bem.