Mau MAI
"A sucessão de homicídios com armas de fogo, nos últimos tempos, em Lisboa e arredores e no Porto e subúrbios, dá que pensar. O que é isto? O que se passa com este país? Esta gente ensandeceu?
Pobres vítimas, familiares e amigos. Pobre gente, à mercê de bandidos que disparam a matar por dá cá aquela palha, desprezando a vida pelo móbil mais indigno.
Aos 21 anos, Diogo Ferreira foi morto com um tiro à queima-roupa quando terminava um dia de trabalho no shopping de Oeiras. Na véspera, Alexandra Neno, de 33 anos, foi morta a tiro quando estacionava o carro à porta de casa, em Sacavém.
A Judiciária está a investigar os dois crimes.
Mas sejam quais forem as conclusões, foram-se vidas e as mortes não têm remédio.
No Porto, uma testemunha do processo ‘Noite branca’ morreu na madrugada de segunda-feira entre os destroços do Ferrari em que seguia. Diz-se que foi acidente. Terá sido. Como se diz que terá sido por suicídio a morte de um segurança encontrado estendido no chão de um corredor do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, na terça-feira – tinha três-facadas-três no peito e a arma ensanguentada caída ao lado do corpo.
Também aqui, num caso como noutro, prosseguem as averiguações.
O Relatório de Segurança Interna relativo a 2007 foi entretanto divulgado. A criminalidade baixou, outra vez. Os crimes violentos também, e significativamente.
Então por que razão o sentimento de insegurança é cada vez maior?
Então por que razão nunca como agora se ouviu falar de tantas mortes violentas, homicídios com armas de fogo, tantos assaltos à mão armada e bandidos encapuzados em zonas de que ninguém desconfia e de grande circulação de pessoas?
O ministro Rui Pereira – que ainda há tão pouco tempo classificava como ‘ocasionais’ os crimes envolvendo gangues da noite – reuniu de emergência as Polícias e veio agora tornar público as 15 medidas para combater a onda de criminalidade… 15!!!
Entre elas, a abertura de duas mil vagas para novos agentes da PSP e guardas da GNR. Em Dezembro, o ministro Rui Pereira tinha recusado no Parlamento a necessidade de reforço de qualquer das forças de segurança, proposto pelo PSD e pelo CDS.
Entre elas também, a distribuição à Polícia de nove mil novas armas – as famosas Glock, as tais pistolas austríacas que só alguns grupos especiais da Europa usam. E as tais que só serviam para canhotos. A Glock é uma arma nervosa (para sacar e disparar) que implica muito treino e uso. E que tem reportados milhares de acidentes mundo fora.
Qualquer dia, isto já só lá vai ao jeito da Tropa de Elite do capitão Nascimento, o novo herói das telas de cinema no Brasil. Qualquer dia, os nossos bairros mais problemáticos estão equiparados às favelas brasileiras e, pior, a Polícia portuguesa ridicularizada, qual Bofe de Elite do humorista Tom Cavalcanti.
Rui Pereira, antes de ser ministro, foi o primeiro responsável pela recente reforma das leis penais que tornou mais difícil a detenção e a prisão preventiva. A mesma reforma que já fez sair das cadeias mais de 1.000 reclusos. As mesmas leis que permitem a suspensão da pena para condenados a menos de cinco anos de prisão.
Na expressão que Simone pôs em voga, o ministro Rui Pereira tem com certeza mais jeito para cozer batatas em casa do que para garantir a segurança de pessoas e bens na rua."
MRamires
Pobres vítimas, familiares e amigos. Pobre gente, à mercê de bandidos que disparam a matar por dá cá aquela palha, desprezando a vida pelo móbil mais indigno.
Aos 21 anos, Diogo Ferreira foi morto com um tiro à queima-roupa quando terminava um dia de trabalho no shopping de Oeiras. Na véspera, Alexandra Neno, de 33 anos, foi morta a tiro quando estacionava o carro à porta de casa, em Sacavém.
A Judiciária está a investigar os dois crimes.
Mas sejam quais forem as conclusões, foram-se vidas e as mortes não têm remédio.
No Porto, uma testemunha do processo ‘Noite branca’ morreu na madrugada de segunda-feira entre os destroços do Ferrari em que seguia. Diz-se que foi acidente. Terá sido. Como se diz que terá sido por suicídio a morte de um segurança encontrado estendido no chão de um corredor do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, na terça-feira – tinha três-facadas-três no peito e a arma ensanguentada caída ao lado do corpo.
Também aqui, num caso como noutro, prosseguem as averiguações.
O Relatório de Segurança Interna relativo a 2007 foi entretanto divulgado. A criminalidade baixou, outra vez. Os crimes violentos também, e significativamente.
Então por que razão o sentimento de insegurança é cada vez maior?
Então por que razão nunca como agora se ouviu falar de tantas mortes violentas, homicídios com armas de fogo, tantos assaltos à mão armada e bandidos encapuzados em zonas de que ninguém desconfia e de grande circulação de pessoas?
O ministro Rui Pereira – que ainda há tão pouco tempo classificava como ‘ocasionais’ os crimes envolvendo gangues da noite – reuniu de emergência as Polícias e veio agora tornar público as 15 medidas para combater a onda de criminalidade… 15!!!
Entre elas, a abertura de duas mil vagas para novos agentes da PSP e guardas da GNR. Em Dezembro, o ministro Rui Pereira tinha recusado no Parlamento a necessidade de reforço de qualquer das forças de segurança, proposto pelo PSD e pelo CDS.
Entre elas também, a distribuição à Polícia de nove mil novas armas – as famosas Glock, as tais pistolas austríacas que só alguns grupos especiais da Europa usam. E as tais que só serviam para canhotos. A Glock é uma arma nervosa (para sacar e disparar) que implica muito treino e uso. E que tem reportados milhares de acidentes mundo fora.
Qualquer dia, isto já só lá vai ao jeito da Tropa de Elite do capitão Nascimento, o novo herói das telas de cinema no Brasil. Qualquer dia, os nossos bairros mais problemáticos estão equiparados às favelas brasileiras e, pior, a Polícia portuguesa ridicularizada, qual Bofe de Elite do humorista Tom Cavalcanti.
Rui Pereira, antes de ser ministro, foi o primeiro responsável pela recente reforma das leis penais que tornou mais difícil a detenção e a prisão preventiva. A mesma reforma que já fez sair das cadeias mais de 1.000 reclusos. As mesmas leis que permitem a suspensão da pena para condenados a menos de cinco anos de prisão.
Na expressão que Simone pôs em voga, o ministro Rui Pereira tem com certeza mais jeito para cozer batatas em casa do que para garantir a segurança de pessoas e bens na rua."
MRamires
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