OS MENINOS À VOLTA DAS FOGUEIRAS
"Algures nos anos sessenta, o matemático, humorista, pianista e compositor Tom Lehrer resumia o espírito dos movimentos devotados ao pacifismo: "Todos concordamos na importância de nos amarmos mutuamente, mas sei que há pessoas no mundo incapazes de amar o seu semelhante e eu odeio pessoas dessas."
Em Madrid, um bando de meninos antifascistas (que são os bons) resolveu aplicar a tese e tentou converter um bando de meninos fascistas (que são os maus) à fraternidade universal. Como de costume, em vão. Como de costume, com custos e estragos avultados.
A história é simples. Beneficiando do visto das autoridades, os fascistas (maus) juntaram-se numa praça da capital espanhola para urrar impropérios e celebrar a sua intrínseca maldade. Os antifascistas (bons), para quem a maldade é inconcebível, acorreram a fim de urrar mais alto e perturbar o encontro. A polícia (bastante má) não deixou. Os antifascistas (bons), naturalmente contrariados, naturalmente desataram a atirar pedras, a destruir metade do cenário que os rodeava e a pegar fogo à metade restante. O prejuízo dos que não tinham nada a ver com o assunto (um bocadinho maus) fica por avaliar e, seguramente, por pagar. Alguns observadores (praticamente bons) questionam os excessos policiais.
Eu também. Tivessem deixado os dois bandos conviver livremente e de certeza que ambos se entenderiam. Seria bonito vê-los de mãos dadas, a atearem incêndios e a comemorarem com churrasco e bailarico os objectivos comuns e o peculiar amor ao próximo que, no fundo ou nem sequer no fundo, partilham."
Em Madrid, um bando de meninos antifascistas (que são os bons) resolveu aplicar a tese e tentou converter um bando de meninos fascistas (que são os maus) à fraternidade universal. Como de costume, em vão. Como de costume, com custos e estragos avultados.
A história é simples. Beneficiando do visto das autoridades, os fascistas (maus) juntaram-se numa praça da capital espanhola para urrar impropérios e celebrar a sua intrínseca maldade. Os antifascistas (bons), para quem a maldade é inconcebível, acorreram a fim de urrar mais alto e perturbar o encontro. A polícia (bastante má) não deixou. Os antifascistas (bons), naturalmente contrariados, naturalmente desataram a atirar pedras, a destruir metade do cenário que os rodeava e a pegar fogo à metade restante. O prejuízo dos que não tinham nada a ver com o assunto (um bocadinho maus) fica por avaliar e, seguramente, por pagar. Alguns observadores (praticamente bons) questionam os excessos policiais.
Eu também. Tivessem deixado os dois bandos conviver livremente e de certeza que ambos se entenderiam. Seria bonito vê-los de mãos dadas, a atearem incêndios e a comemorarem com churrasco e bailarico os objectivos comuns e o peculiar amor ao próximo que, no fundo ou nem sequer no fundo, partilham."
Alberto Gonçalves
1 Comments:
Em Portugal os que se reclamam do antifascismo, acham decerto qualquer acção policial excessiva, há 30 anos.
Concordam com o código penal inventado pela criatura que agora manda na chamada administração interna.
Só que com todas as reformas de cada vez menos estado e se possível estado em outsourcing, justiça em auto gestão e polícias na mesma, espera-se que a senhora que foi executada o fosse por motivos que não a falta de medo da autoridade do Estado como diz Hobbes, mas um outro motivo que só ela poderia dizer se estivesse viva.
Porque se for pelo motivo que levou ao tiro na cabeça do jovem no parque de estacionamento, a raíz do problema foi importada das favelas do Rio e a causa a brasilização das sociedades ditas ocidentais, aqui e do outro lado do mundo.
O medo faz a lei não tenhais dúvidas e o medo funciona para os dois lados.
Daí o artista decerto de esquerda que retrata a justiça com a espada em baixo e a balança debaixo do braço.
Fazem-se tantas petições que tal uma petição a pedir a volta do antigo CPP e do CP?
O antigo mesmo.
Revoga-se o aborto do aborto e repristina-se o antigo.
De outra forma as guerras civis começam assim.
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