Cassiano Branco
Cassiano Viriato Branco nasceu em 1897. Foi o único filho de Maria de Assumpção Viriato e de Cassiano José Branco, um pequeno industrial de Alcácer do Sal.
Nascido e criado na capital, frequentou a Escola Primária que existia entre a Calçada da
Gloria e as Escadinhas do Duque, onde conheceu um futuro engenheiro e colaborador de muitas obras, Ávila Amaral.
Em 1917 casou com Maria Elisa Soares Branco e dois anos depois concluiu os exames do curso geral de Desenho, que lhe deram entrada na licenciatura
Diplomado aos 29 anos, destacou-se logo no início da carreira com os planos para o Éden Teatro, que tinha a maior sala de teatro (e depois de cinema) da cidade. O seu temperamento provocou desentendimentos com os proprietários e a obra foi terminada por outro arquitecto.
Apesar disto, o projecto incluiu grande parte da sua proposta.
A partir de 1937, para além da actividade desenvolvida em Lisboa, iniciou trabalhos na região de Coimbra e em 1939 fixou-se temporariamente no Porto, para desenvolver o projecto do Coliseu do Porto, obra que abandonou em 1940.
A “art déco” acompanhou-o durante grande parte da sua produção. Esteve presente num
bairro de moradias de luxo, construídas em Lisboa, na Av. António José de Almeida. E surgiu igualmente no café Cristal, na Av. da Liberdade, terminado em 1943.
Ainda na década de 40, Cassiano e outros arquitectos da sua geração - como Cristino da Silva e Pardal Monteiro - projectaram prédios de baixo rendimento na zona do Areeiro. Esta zona “marcava uma situação urbana que era a da nova cidade salazarista, fruto da economia colonialista. Ali pode considerar-se terminado o modernismo arquitectural dos anos
É também desta época o projecto “Portugal dos Pequenitos”, em Coimbra, planeado por
Mas se com os projectos do Areeiro terminou o modernismo, não acabou a força produtiva de Cassiano Branco. São dele o Café Império, em Lisboa - recentemente remodelado e aberto de novo ao público -, o Hotel Britannia, também na capital, a esplanada do Café Palladium, no Porto, e o estudo urbanístico para a Costa da Caparica.
Mais tarde, em 1958, apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, tendo então sido detido pela P.I.D.E.
Considerado até ao fim da vida pessoa de temperamento difícil e “individualista ferrenho” - como o descreve José-Augusto França -, ninguém lhe nega o génio. “Podia fazer, a partir de um programa mau - de um prédio de habitação ou um prédio de rendimento de aspecto vulgar- uma obra extremamente atraente. Como também podia fazer a fachada do Éden, o Coliseu do Porto e a gare dos caminhos-de-ferro de Benguela, no Lobito, em Angola”, admira José Manuel Fernandes.
Faleceu em 24 de Abril de 1970, com 72 anos de idade.
Texto retirado parcialmente de:
http://www.rtp.pt/
Fórum Cidadania Lx
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