sexta-feira, abril 18, 2008

A nossa Banca.

"A febre dos portugueses pelos empréstimos bancários está a levar os banqueiros a endividarem-se no exterior, a aumentar as responsabilidades financeira do País e a fazer disparar o défice externo. Os dinheiros em dívida e os compromissos do País no estrangeiro já ultrapassam os 148,7 mil milhões de euros, o equivalente a criação de riqueza em 11 meses de árduo trabalho dos portugueses (91,3% do PIB). Deste montante, as dívidas (compromissos) da banca portuguesa no estrangeiro já atingem os 91,6 mil milhões de euros, 56% da riqueza do País (mais aqui)".
Febre dos portugueses?? A verdade é que "a banca em Portugal prefere apoiar o investimento no sector imobiliário no lugar do investimento produtivo, nomeadamente o destinado à produção de bens transaccionáveis, ou seja, de bens exportáveis. É uma consequência da privatização da banca e da sua sujeição aos interesses dos grandes grupos privados a que o pensamento económico dominante chama “mercado”. Mas desta forma a banca contribui, sendo por isso também responsável, pela baixa produtividade e competitividade da Economia Portuguesa. O governo afirma que o País necessita de exportar mais para poder sair da grave crise em que se encontra mergulhado. Para isso, como é evidente, é necessário investir fundamentalmente nos chamados bens transaccionáveis, ou seja, bens exportáveis. No entanto, e como afirma o próprio Banco de Portugal, «a generalidade dos grupos bancários concentra a sua carteira de empréstimos nos segmentos em que o risco de crédito é relativamente baixo, tais como empréstimos a particulares para habitação e, no caso das sociedades não financeiras, os empréstimos a grandes empresas do sector não transaccionável», ou seja, de bens que não são exportáveis. Por outras palavras, a banca faz precisamente o contrário daquilo que o governo afirma que é necessário realizar para que o País saia da grave crise económica em que se encontra, investindo os poucos recursos que o País dispõe fundamentalmente no sector imobiliário. E os sucessivos governos, incluindo o actual, nada fazem ou dizem para contrariar tal actuação da banca contrária aos interesses de desenvolvimento do País.

Esta distorção da economia provocada pela política de crédito da banca tem consequências graves para o País em termos de crescimento económico, de produtividade, de competitividade, de riqueza criada, de desemprego, etc. Pode-se mesmo dizer que uma das causas da estagnação económica em que o País está mergulhado é precisamente a política de crédito da banca portuguesa que prefere apoiar preferencialmente o investimento imobiliário, muito dele de natureza especulativa, no lugar do investimento produtivo
(mais aqui)."

Etiquetas:

Divulgue o seu blog!