"O PSD, ou o que resta dele, reclama como é hábito a herança de Sá Carneiro. Sendo grotesco, só conseguiu herdar a velha campanha socialista contra Sá Carneiro (e Snu Abecassis), dando ao PS oportunidade de se queixar, com razão, de alusões ofensivas à vida sentimental do seu líder. Tudo porque a RTP vai exibir uma série sobre "bairros problemáticos" e a apresentadora será a jornalista Fernanda Câncio, na opinião do PSD "mulher ou companheira" do primeiro-ministro e uma escolha "pornográfica".
Eu juro que não conheço a privacidade do eng. Sócrates, e estou disposto a pagar bem para continuar na ignorância. Conheço, por obrigações profissionais que duraram anos, alguns bairros a que o vulgo chama "problemáticos", e pagaria melhor para me manter afastado dele.
O que me custa pagar é a RTP, cuja divina inevitabilidade o PSD jamais põe em causa. Estranho era se pusesse. A curiosa incarnação actual do PSD é o boi que olha o palácio e apenas repara nas ceroulas penduradas na cornija. Por gigantesco ou óbvio que o problema seja, o estilo do dr. Menezes consiste em voltar a indignação para um pormenor insignificante e insistir nele até que os adversários retribuam a indignação acerca do pormenor e, todos juntos, assegurem a manutenção do problema.
Em 2007, a RTP apresentou um prejuízo de 36 milhões de euros, uma subida de 11,4 milhões em relação ao ano anterior. Em 2007, e em 2006, 2005, 2004 e etc., a RTP não forneceu, sob nenhuma perspectiva rigorosa, qualquer vestígio de "serviço público", conceito que de resto ninguém sabe definir. Em 2007, e pelo menos desde o aparecimento dos canais privados, não houve um argumento que justificasse a existência de uma televisão estatal, excepto um arremedo pacóvio ("na Europa é assim") e um objectivo dissimulado (os préstimos políticos).
Perante isto, o PSD de Menezes e Ribau aflige-se com a subcontratação "pornográfica" de uma jornalista. Pornográfica é a RTP. E, para cúmulo, nem sequer no sentido literal: Traci Lords seria sempre mais estimulante que aquele sr. Malato. Mas, para os realmente pervertidos, não muito mais que este PSD."
Dias contados
Eu juro que não conheço a privacidade do eng. Sócrates, e estou disposto a pagar bem para continuar na ignorância. Conheço, por obrigações profissionais que duraram anos, alguns bairros a que o vulgo chama "problemáticos", e pagaria melhor para me manter afastado dele.
O que me custa pagar é a RTP, cuja divina inevitabilidade o PSD jamais põe em causa. Estranho era se pusesse. A curiosa incarnação actual do PSD é o boi que olha o palácio e apenas repara nas ceroulas penduradas na cornija. Por gigantesco ou óbvio que o problema seja, o estilo do dr. Menezes consiste em voltar a indignação para um pormenor insignificante e insistir nele até que os adversários retribuam a indignação acerca do pormenor e, todos juntos, assegurem a manutenção do problema.
Em 2007, a RTP apresentou um prejuízo de 36 milhões de euros, uma subida de 11,4 milhões em relação ao ano anterior. Em 2007, e em 2006, 2005, 2004 e etc., a RTP não forneceu, sob nenhuma perspectiva rigorosa, qualquer vestígio de "serviço público", conceito que de resto ninguém sabe definir. Em 2007, e pelo menos desde o aparecimento dos canais privados, não houve um argumento que justificasse a existência de uma televisão estatal, excepto um arremedo pacóvio ("na Europa é assim") e um objectivo dissimulado (os préstimos políticos).
Perante isto, o PSD de Menezes e Ribau aflige-se com a subcontratação "pornográfica" de uma jornalista. Pornográfica é a RTP. E, para cúmulo, nem sequer no sentido literal: Traci Lords seria sempre mais estimulante que aquele sr. Malato. Mas, para os realmente pervertidos, não muito mais que este PSD."
Dias contados
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