Coacção
"Coacção, s.f. acção de coagir; estado de quem está coagido; exigência, imposição.
Coagir (do Lat. coagere), v. tr. Obrigar; constranger; forçar.
(in Dicionário Universal da Língua Portuguesa)
Ainda as ondas de choque do Apito Final. Segunda-feira, à noite. A RTP não poderia ter achado melhor maneira de definir essa mutante figura a que chamam de “serviço público”.
Em debate, o Apito Final, causas e consequências, prós e contras, a dimensão da hidra e o charco.
Rapidamente se percebe que o futebol não se discute. O caldeirão da irracionalidade ferve. Valentim Loureiro domina. Como sempre.
À sua frente, Cunha Leal e Dias da Cunha, teoricamente do lado contrário à barricada do major. À sua esquerda, do mesmo lado da trincheira (dupla ironia!), António Sérgio, “presidente dos árbitros”.
Dias da Cunha mantém a coerência e a certeza de que o futebol só tem salvação com mais e melhor Estado. Laurentino Dias, convidado a pronunciar-se sem se submeter à provação de pisar a arena, diz que não e, depois, nim. Pois sim. Que o futebol tem de se auto-regular já todos sabemos. Mas já todos sabemos que foi a autodesregulação que colocou o futebol português à mercê das hidras do charco.
Valentim Loureiro, ali mesmo à mão de semear, poderia apresentar-se como uma figura fragilizada. Seria o normal num País normal. Mas não. O major voltou a puxar dos galões. Gritou, gesticulou e mandou calor, inclusive o seu parceiro de barricada. O presidente da APAF anuiu e calou-se.
Se alguém tinha dúvidas sobre como funcionava o “sistema” sob a batuta de Valentim, elas ficaram reduzidas a pó. Para Valentim, enfim, vale quase tudo. E para alguns “corredores de fundo” (na plateia) também. Que mal faz um árbitro visitar a casa de um presidente de clube na véspera de um jogo?!
Oh!... Satânicos sábios da (a)moralidade, tereis vós alguma vez passado ao lado do pecado?! Almoços, jantares, prostitutas, lagostas, filigranas, cristais e outras coisas mais só mesmo para encher o saco de presentes do Pai Natal. Que mais poderia ser?
O major não faz a mais pequena ideia do que é coacção e ri-se dela. Se não tivesse graça, seria caso para perguntar: como é possível?!"
Rui Santos
Coagir (do Lat. coagere), v. tr. Obrigar; constranger; forçar.
(in Dicionário Universal da Língua Portuguesa)
Ainda as ondas de choque do Apito Final. Segunda-feira, à noite. A RTP não poderia ter achado melhor maneira de definir essa mutante figura a que chamam de “serviço público”.
Em debate, o Apito Final, causas e consequências, prós e contras, a dimensão da hidra e o charco.
Rapidamente se percebe que o futebol não se discute. O caldeirão da irracionalidade ferve. Valentim Loureiro domina. Como sempre.
À sua frente, Cunha Leal e Dias da Cunha, teoricamente do lado contrário à barricada do major. À sua esquerda, do mesmo lado da trincheira (dupla ironia!), António Sérgio, “presidente dos árbitros”.
Dias da Cunha mantém a coerência e a certeza de que o futebol só tem salvação com mais e melhor Estado. Laurentino Dias, convidado a pronunciar-se sem se submeter à provação de pisar a arena, diz que não e, depois, nim. Pois sim. Que o futebol tem de se auto-regular já todos sabemos. Mas já todos sabemos que foi a autodesregulação que colocou o futebol português à mercê das hidras do charco.
Valentim Loureiro, ali mesmo à mão de semear, poderia apresentar-se como uma figura fragilizada. Seria o normal num País normal. Mas não. O major voltou a puxar dos galões. Gritou, gesticulou e mandou calor, inclusive o seu parceiro de barricada. O presidente da APAF anuiu e calou-se.
Se alguém tinha dúvidas sobre como funcionava o “sistema” sob a batuta de Valentim, elas ficaram reduzidas a pó. Para Valentim, enfim, vale quase tudo. E para alguns “corredores de fundo” (na plateia) também. Que mal faz um árbitro visitar a casa de um presidente de clube na véspera de um jogo?!
Oh!... Satânicos sábios da (a)moralidade, tereis vós alguma vez passado ao lado do pecado?! Almoços, jantares, prostitutas, lagostas, filigranas, cristais e outras coisas mais só mesmo para encher o saco de presentes do Pai Natal. Que mais poderia ser?
O major não faz a mais pequena ideia do que é coacção e ri-se dela. Se não tivesse graça, seria caso para perguntar: como é possível?!"
Rui Santos
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