O aperto
"O almoço de ontem (quinta-feira) foi de difícil digestão para milhões de portugueses. A cara de poucos amigos com que o ministro das Finanças apareceu nas televisões não resultava apenas de uma indisposição de circunstância. Teixeira dos Santos estava ali para nos dizer o que há muito se esperava o crescimento da economia sofreu um abanão muito sério. Logo, vêm aí dias ainda mais difíceis para todos.
O aperto tem causas conhecidas. O preço do petróleo continua a sua escalada. Logo, os combustíveis continuarão a aumentar, com as consequências que se conhecem e se sentem nos orçamentos das famílias. A crise do mercado financeiro está longe de ficar sanada. Logo, as taxas de juro não mostrarão tão cedo sinais de abrandamento. O preço dos bens alimentares dá os primeiros sinais de sossego, mas estamos ainda longe de perceber se a tendência é sustentada. E aqui ao lado, em Espanha, o abrandamento da economia é cada vez mais significativo. Um susto, portanto.
O ministro das Finanças acha que só o investimento privado e público nos pode salvaguardar da tragédia anunciada. Percebe-se, agora, um bocadinho melhor, por que tem andado o Governo tão atarefado a anunciar investimento atrás de investimento nas últimas semanas.
Pode até ser. Sucede que tal "aposta" demorará a fazer-se sentir nas já depauperadas carteiras dos portugueses. Até lá, a inflação continuará a corroer o poder de compra, os salários mais baixos assim permanecerão e, sobretudo, o desemprego tenderá a bater a cada vez mais portas de cada vez mais famílias.
A crise, que já aí estava mas ainda não tinha mostrado os dentes, foi ontem oficialmente anunciada à hora do almoço. "
Paulo Ferreira
O aperto tem causas conhecidas. O preço do petróleo continua a sua escalada. Logo, os combustíveis continuarão a aumentar, com as consequências que se conhecem e se sentem nos orçamentos das famílias. A crise do mercado financeiro está longe de ficar sanada. Logo, as taxas de juro não mostrarão tão cedo sinais de abrandamento. O preço dos bens alimentares dá os primeiros sinais de sossego, mas estamos ainda longe de perceber se a tendência é sustentada. E aqui ao lado, em Espanha, o abrandamento da economia é cada vez mais significativo. Um susto, portanto.
O ministro das Finanças acha que só o investimento privado e público nos pode salvaguardar da tragédia anunciada. Percebe-se, agora, um bocadinho melhor, por que tem andado o Governo tão atarefado a anunciar investimento atrás de investimento nas últimas semanas.
Pode até ser. Sucede que tal "aposta" demorará a fazer-se sentir nas já depauperadas carteiras dos portugueses. Até lá, a inflação continuará a corroer o poder de compra, os salários mais baixos assim permanecerão e, sobretudo, o desemprego tenderá a bater a cada vez mais portas de cada vez mais famílias.
A crise, que já aí estava mas ainda não tinha mostrado os dentes, foi ontem oficialmente anunciada à hora do almoço. "
Paulo Ferreira
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