sexta-feira, junho 27, 2008

Da justiça.

"A procuradora Maria José Morgado lamentou-se amargamente sobre a triste situação em que fica "o denunciante" de casos de corrupção – e que os tribunais "deixam os denunciantes entregues a si próprios". Compreendo a sua apreensão em tratando-se da malandragem, mas não fico a chorar a sorte dos denunciantes. A palavra é dúbia. E de má memória.

Ao contrário da procuradora (que culpa a sociedade portuguesa por não "compreender a denúncia"), eu acho que a história portuguesa está cheia de denúncias e de má justiça. Em muitos casos, espera-se que a denúncia substitua o trabalho de investigação. Olhando para trás, do século XVI até hoje, há exemplos bastantes de como a vida portuguesa ficou manchada por denunciantes profissionais. Não são boa gente. De facto, continuam a não ser.

Revisitemos Alexandre O’Neill neste Verão com ‘Já Cá Não Está Quem Falou’ – textos jornalísticos, críticas e notas de leitura, crónicas & opiniões, num volume organizado por M. Antónia Oliveira e F. Cabral Martins (Assírio & Alvim).
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Francisco José Viegas

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