Favela da Rocinha - Rio de Janeiro
A comunidade da Rocinha celebra aproximadamente 80 anos de mudanças, lutas e conquistas. Teve origem no final da década de 20 era uma enorme fazenda de café, inicialmente foi povoada por imigrantes portugueses e espanhóis. A forma de subsistência se dava com o cultivo de hortaliças que ofereciam às pessoas que percorriam a Estrada da Gávea, como alimentos oriundos de suas rocinhas. Daí o nome da maior favela do Brasil.
As terras foram divididas em grandes glebas para consumo agrícola, a maior parte delas pertenciam a Cia. portuguesa Cássio Guidon, a bairro Barcelos a Cia. Cristo Redentor e o laboriaux pertencia a uma Cia. Francesa. Nesta época alguns guardas sanitários foram instalados para controlar uma infestação de mosquitos que estavam causando febre amarela na Barra da Tihuca.
Em
O descaso do governo com a comunidade, a falta de infra-estrutura, isto é, construção de barracos de papelão, degradação da floresta, crescimento desordenado, distribuição de água através de bicas entre outros problemas, provocou grande indignação, reivindicações e abaixo-assinados. Sobretudo a população se organizou e muitas lutas se iniciaram e fizeram parte das conquistas desta comunidade.
E foi a partir da década de 70 que a comunidade obteve os primeiros progressos, resultado das reivindicações ao poder público, como a implantação de creches (a veterana foi ASPA), escolas, jornal local, passarela, canalização de valas, agência de correios, região administrativa...Já o posto de saúde foi criado em 1982 com muitos esforços dos moradores, através da iniciativa do padre local que ofertou à comunidade um presente de natal. Então os moradores se mobilizaram para promover a canalização do valão e por conseguinte, criou-se o posto de saúde. Neste processo, algumas famílias que habitavam o valão foram deslocadas para o laboriaux,no qual havia 75 casas construídas pela prefeitura, sendo que 2 destas foram fundidas e criada a creche Yacira Frasão.
É interessante lembrar que a primeira luz não foi eléctrica. Diz o povo que um cavaleiro atravessava a rocinha acendendo os lampiões das pequenas casas. Depois foram implantadas cabines de energia que faziam a distribuição para as famílias mais próximas. No proceder passou a ter comissões de luzes (bairro Barcelos e Rocinha). A Igreja Católica, em parceria com a pastoral de favelas, pressionou a Light para implantar energia eléctrica nas comunidades e a rocinha foi uma das primeiras beneficiadas.
Em meio a realizações que foram adquiridas com o tempo, a Rocinha ainda carecia de equipamentos sociais e culturais suficientes para atender toda a comunidade. Mas os raros que actuam, desenvolvem trabalhos significativos.
A rocinha tem características peculiares, por exemplo, atualmente encontramos no bairro Barcelos uma grande variedade de comércio e serviços e um grande número de imóveis residenciais de qualidade. Já em outras áreas, como a Vila Macega, encontramos casas de madeira em situação de risco sem infra-estrutura, onde diversas famílias vivem em extrema pobreza. Sua população é estimada em 120.000 moradores pelos registros da Cia. de Energia Elétrica, em 62.000 pelo último censo oficial e em mais de 150.000 segundo os moradores.
A comunidade teve um grande avanço, pois recebeu um projecto do governo federal de nome "rocinha mais legal" que visa legitimar os imóveis com a legalização dos terrenos. Através da ONG Bento Rubião, também receberá um novo projecto para reurbanização que visa beneficiar os moradores, melhorando o espaço de convivência.
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