terça-feira, junho 10, 2008

MARIDOS IMPOTENTES


– A impotência masculina não existe. – afirma categoricamente o dr. Bergstrom de Nova Iorque – Na maior parte dos casos trata-se apenas de uma desculpa que os homens dão para os deixarem dormir em paz; ou então para evitar que, a pretexto da cambalhota, lhes venham pedir dinheiro, vestidos, jóias, comesainas nos restaurantes... ou até outra cambalhota.
Não existem portanto maridos impotentes, mas apenas maridos preguiçosos ou aldrabões, estimadas leitoras. E se, no caso da preguiça, a cura é muito difícil – pois um tipo que nasce preguiçoso, morre preguiçoso, por mais que tentem estimulá-lo – no caso da real impotência há boas hipóteses de cura. O que é preciso é reciclá-lo.
a) Se o seu marido é dos que se cortam e a leitora quer endireitá-lo (em todo o sentido da palavra), comece por transmitir-lhe a convicção de que não será explorado, mas recompensado. No final de cada queca ofereça-lhe um presente: um par de peúgas, uma gravata, um after-shave ou uma garrafa de uísqui;
b) Não passe a vida a comprar trapos novos; diga-lhe que o amor (dele) a aquece muito mais e melhor do que essas futilidades;
c) Não o crave para ir comer mariscos à cervejaria; leve-lhe você as gambas e a lagosta à cama;
d) Não lhe peça dinheiro para produtos de beleza; convença-o de que o cálcio e as hormonas (do esperma dele) lhe farão melhor à pele do que um tratamento no instituto de beleza.
e) Deixe-o dar umas quecas com outras mulheres, mesmo com prostitutas (para não perder o hábito) e até com amigas suas, proprcionando-lhe esses encontros. Isto se as suas amigas forem boas e eficazes no acto, caso contrário pode agravar ainda mais o desinteresse dele pelo foqui-foqui.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Entre os nossos desenhadores há um que se destaca pela sua longevidade e que é, quanto a mim, injustamente desconsiderado: José Vilhena. É um ilustrador, caricaturista e humorista de grande qualidade mas quase sempre foi apelidado de "porco" ou "obsceno". O seu trabalho é mais profundo do que parece a que não é alheio o facto de Vilhena ter estudado Belas Artes (arquitectura) e revela mesmo uma formação bastante sólida nos seus escritos. Abandonou os estudos para começar a colaborar em jornais e revistas de humor. Durante os anos da ditadura escreve e ilustra cerca de 70 livros que lhe provocam numerosos problemas com a censura devido à sua veia satírica política e ao desenho de figuras femininas sensuais e provocantes. Chegou a estar preso por causa disso... Embora alguns livros fossem de sua inteira autoria também fez traduções de obras importantes como os Contos de Guy de Maupassant, Alphonse Allais e até um livro da série Petit Nicolas, traduzido como As broncas do Nicolau.

Depois do 25 de Abril as "mais amplas liberdades" abrem-lhe as portas para um humor mais livre (ou libertino) e de carácter sexual cada vez mais explícito. Publica de imediato a revista Gaiola Aberta que teve alguma notoriedade e sucesso de vendas. Posteriormente publica também O Cavaco e o Fala-Barato, entre outras. Se tomarmos em consideração a sua longevidade, a sua coerência, as suas qualidades gráficas e humorísticas e o facto de ter editado quase tudo sozinho talvez entendamos o seu verdadeiro valor. Infelizmente neste país ainda há muito preconceito e puritanismo e estes ofuscam tudo o resto...

terça-feira, junho 10, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Excelente !

quarta-feira, junho 11, 2008  

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