terça-feira, julho 01, 2008

As armas de destruição global, ou os novos Drakes e Isabeis Iªs

O governo pró-americano do Iraque abriu ontem as portas dos seus gigantescos campos petrolíferos, ávidos de I&D, às marcas de referência anglo-americanas, cinco anos após a invasão militar que derrubou do poder o seu ex-parceiro e aliado Saddam Hussein.
Estamos a falar de quê? E, last but not least, de quanto?
“Os 6 campos petrolíferos que foram colocados hoje no mercado representam a coluna vertebral da produção petrolífera iraquiana”, disse o ministro iraquiano do petróleo Hussain al-Shahristani durante uma conferência de imprensa.
Com uma produção diária estimada de 4,5 milhões de barris dia (mbd), em 2013, a preços actuais (USD 143/barril), o negócio valerá USD 643 500 milhões/dia.
Al-Shahristani confessou que com as reservas agora «libertadas pelo mercado» o seu país corre o risco de ser «o 2.º ou 3.º maior produtor de petróleo do mundo» confirmando informações conhecidas antes da invasão anglo-americana (2003).
Rumaila, Kirkuk, Zubair, Qurna Ocidental (Fase I), Bai Hassan e Maysan, mais três campos autónomos (Bazargan, Abu Gharab e Fakka) são as jóias da coroa agora colocadas para exploração.
Cinco das adjudicações de curto prazo envolvem empresas e consórcios dos países invasores - Royal Dutch Shell; Shell/BHP Billiton; BP; Exxon Mobil e Chevron/Total.
A Anadarko Petroleum Corporation (USA), a Vitol (USA-CH-RUS) e a Dome (CND-USA) apresentam-se como outsiders.
A história do petróleo recorda-nos que o generoso campo de Kirkuk, sob monopólio ocidental (1925-1961), através da IPC (Iraq Petroleum Company), foi a obra de um arménio (Calouste Gulbenkian/Partex) mancomunado com as já então majors ocidentais - British Petroleum (BP), Exxon, Mobil, Shell e Compagnie Française des Pétroles/CFP (hoje Total).
Desde os tempos da sua antecessora - TPC/Turkish Petroleum Company (1912-1929) - os negócios das empresas petrolíferas no Iraque e no Irão tiveram tudo a ver com monopólios e estatismo geridos pelas oligarquias industriais e financeiras sedeadas em Londres e Nova Iorque.
Ontem como hoje a geopolítica decreta e organiza a liberdade da oferta e da procura, ou seja, impõe as regras da chamada «economia de mercado».
OPEP? NÃ!
Nós o poder absoluto, agora falta ir ao Irão, em nome da democracia e do sionismo.
Gosto muito de histórias de corsários.
Já agora será que Mugabe tem lá petróleo? Se não tem não vale a pena.
Qua aborrecimento agora cada vez que sabotarem um oleoduto, vai aumentar o preço.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

OPEP? NÃ!

O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e ministro da Energia da Argélia, Chakib Khelil, disse hoje que a produção dos países que fazem parte desta organização representará 52% da produção mundial de petróleo em 2010, face aos actuais 40%.

terça-feira, julho 01, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Pequenos aforradores e colossais hedge-funds apostam nas bolsas com a mesma legitimidade e com o objectivo de ganharem dinheiro. Mas há uma grande diferença: apenas os grandes especuladores possuem a capacidade de influenciarem a evolução dos mercados por via das gigantescas transacções que efectuam. É ingenuidade acreditar que quem detém essa capacidade não o faça a seu favor. Portanto, os grandes especuladores têm responsabilidades não só no que se passa actualmente nos mercados mas em todo o processo que conduziu à actual crise. Quanto aos pequenos investidores que queiram regressar ao mercado devem ter em mente que nos encontramos numa conjuntura de elevado risco que se vai manter por muito tempo.

terça-feira, julho 01, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A culpa dos preços do petróleo é sobretudo político. Tudo gira à volta da política e quando eles querem conseguem tudo. A culpa não são dos especuladores. Os especuladores se investem em algo é porque leram e sabem de antemão que aquele investimento vai dar certo. Os analistas prevêem que determinado activo vai ser ou não rentável e a seguir entra o especulador. A bolha do petróleo está a acontecer, mas antes já houve a do imobiliário e que agoa começa a esvaziar. E os políticos sabem disso e não fizeram nada. Sem interferência no mercado sem o seu papel regulador. As pessoas hoje estão mais pobres devido aos constantes empréstimos e os políticos sabiam disso e deixaram isso acontecer. Claro que dizem que estão preocupados, mas da preocupação deles estamos nós cheios. O preço do petróleo passa-se exactamente a mesma coisa. Ah, agora lembrei-me vão aumentar as taxas de juro para controlar os preços e combater a procura. Razões muitas razões, mas posso estar muito enganado, mas isto é tudo premeditado por quem? PELOS POLÍTICOS.

terça-feira, julho 01, 2008  

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