sexta-feira, agosto 01, 2008

FALÁMOS TANTO QUE NÃO NOS APETECEU OUVIR

"Vai demitir o Governo? Dizer qu'isto está mau? Abolir, por veto presidencial, a crise? Que se vai divorciar, casar com Mónica Cintra e distribuir o último disco dela no Conselho de Estado? Que está doente? Electrificar os motores a diesel? Perguntar a Gilberto Gil, agora que este volta às canções, porque não se cala? Reabrir a Moderna? Dizer ao Público que não está em férias? Convidar, desta vez, os investidores a comprar gato por lebre?... Ontem, Portugal fervia de boatos. O País, que pára por um mês na tarde de 31 de Julho, parou na manhã. Para quem nos habituou a vê-lo a odiar pontes, Cavaco surpreendia-nos. Tudo por causa de uma manchete. Tudo por causa de uma fuga de informação. O Presidente falou dos Açores, mas não foi ouvido: foi o caso de como uma notícia deixou de sê-lo por causa de uma pré-notícia. Já agora, podia ter falado da crise: ontem, aumentou o número de desempregados. Ou muito me engano ou há um assessor de Belém que foi para o olho da rua."

Ferreira Fernandes

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