A banca aos tiros nos pés
"O Governo português anuncia uma garantia no valor de 20 mil milhões de dólares para garantir as transacções da banca. O mercado monetário tranquiliza-se e o dinheiro volta a circular. O principal objectivo do Governo estava conseguido: os bancos voltavam a emprestar dinheiro entre si e a Euribor começou a cair.
Com algum exagero, até se podia dizer que o Governo não precisava de fazer mais nada (v.g. aprovar a lei que disciplina o funcionamento das garantias). Porque o principal estava feito: os bancos confiaram na "garantia política" de que o Governo cobrirá o "default" de algum banco…
Dias depois, alguns dos principais bancos do sistema comunicam que não iriam recorrer à garantia do Estado. Porque não precisavam dela. Fazia sentido: não tinham sido eles a dizer ao país que não estavam em dificuldades?
Uma semana depois, os mesmos bancos, numa atitude surpreendente (?) aparecem a dizer exactamente o contrário: afinal admitem recorrer à garantia do Estado. Em que ficamos? Qual das versões está correcta? A primeira… ou a segunda. Se é a segunda, o que aconteceu no espaço de uma semana? Descobriram esqueletos nos armários? Ou alguém andou a fazer bluff aquando da primeira declaração?
É claro que não vão faltar explicações, porventura excelentes do ponto de vista retórico, para esta mudança de posição. Mas uma coisa é certa: dificilmente o país vai acreditar nelas."
Camilo Lourenço
Com algum exagero, até se podia dizer que o Governo não precisava de fazer mais nada (v.g. aprovar a lei que disciplina o funcionamento das garantias). Porque o principal estava feito: os bancos confiaram na "garantia política" de que o Governo cobrirá o "default" de algum banco…
Dias depois, alguns dos principais bancos do sistema comunicam que não iriam recorrer à garantia do Estado. Porque não precisavam dela. Fazia sentido: não tinham sido eles a dizer ao país que não estavam em dificuldades?
Uma semana depois, os mesmos bancos, numa atitude surpreendente (?) aparecem a dizer exactamente o contrário: afinal admitem recorrer à garantia do Estado. Em que ficamos? Qual das versões está correcta? A primeira… ou a segunda. Se é a segunda, o que aconteceu no espaço de uma semana? Descobriram esqueletos nos armários? Ou alguém andou a fazer bluff aquando da primeira declaração?
É claro que não vão faltar explicações, porventura excelentes do ponto de vista retórico, para esta mudança de posição. Mas uma coisa é certa: dificilmente o país vai acreditar nelas."
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