CARREGAR O CRESCENTE
"Depois de meses em que a campanha de Obama desmentiu toda a sorte de insinuações de que o candidato democrata seria muçulmano (ou "árabe", como acusou uma anónima apoiante de McCain e este contrariou de imediato: "Não senhora, é um homem decente e de família"), Colin Powell surgiu a apoiar Obama e, de caminho, a dizer o óbvio, ou seja, que não devia haver necessidade de se negar o que não constitui um crime.
Sucede que o óbvio nem sempre é exacto. Ouvindo Powell, por exemplo, fica-se com a ideia de que a baça imagem dos muçulmanos resulta de uma espécie de discriminação gratuita, e que a restante população dos EUA resolveu, sem argumentos plausíveis, recear uma religião em peso devido às acções e convicções de uma ínfima minoria dos seus praticantes.
Powell tem razão no que respeita à injustiça da discriminação. Mas erra na respectiva autoria, que o general, por diferentes palavras, sugere pertencer a cristãos, judeus, budistas, ateus e americanos de crenças e descrenças sortidas. Não foram estes "infiéis" que inventaram o separatismo racista da Nação do Islão, as regulares tentativas de destruição de Israel, a islamização iraniana e, sobretudo, o 11 de Setembro e o terror associado. E se é verdade que apenas uma pequena parcela dos muçulmanos no mundo esteve ou está envolvida nas brincadeiras acima, uma parcela assaz maior exibe em sondagens franca simpatia pela conversão forçada dos hereges ou pela Al-Qaeda, inclinações que não fazem maravilhas pela reputação de Alá no Kansas ou até em Nova Iorque.
Existem, mesmo assim, muçulmanos que abominam o terrorismo? Milhões, e muitos vivem nos EUA, incluindo o taxista de origem síria que, em Manhattan, me conduziu com um boneco de Bush no retrovisor e um discurso "patriótico" na garganta.
Os enxovalhos que essa gente ocasionalmente sofre não têm nome. Têm, porém, culpados, mais fáceis de encontrar na mesquita do que na sinagoga ou na igreja. É deles que os muçulmanos empenhados numa vida digna, e Colin Powell, se podem queixar, embora às vezes pareça que não se queixam o suficiente, preferindo lamentar a "intolerância" de um país que se prepara para eleger um negro presidente. Não é pela intolerância que o negro em causa foge das conotações islâmicas como o diabo do crescente, perdão, da cruz. Obama é cristão, pormenor que Powell, aliás, fez questão de lembrar com firmeza."
Sucede que o óbvio nem sempre é exacto. Ouvindo Powell, por exemplo, fica-se com a ideia de que a baça imagem dos muçulmanos resulta de uma espécie de discriminação gratuita, e que a restante população dos EUA resolveu, sem argumentos plausíveis, recear uma religião em peso devido às acções e convicções de uma ínfima minoria dos seus praticantes.
Powell tem razão no que respeita à injustiça da discriminação. Mas erra na respectiva autoria, que o general, por diferentes palavras, sugere pertencer a cristãos, judeus, budistas, ateus e americanos de crenças e descrenças sortidas. Não foram estes "infiéis" que inventaram o separatismo racista da Nação do Islão, as regulares tentativas de destruição de Israel, a islamização iraniana e, sobretudo, o 11 de Setembro e o terror associado. E se é verdade que apenas uma pequena parcela dos muçulmanos no mundo esteve ou está envolvida nas brincadeiras acima, uma parcela assaz maior exibe em sondagens franca simpatia pela conversão forçada dos hereges ou pela Al-Qaeda, inclinações que não fazem maravilhas pela reputação de Alá no Kansas ou até em Nova Iorque.
Existem, mesmo assim, muçulmanos que abominam o terrorismo? Milhões, e muitos vivem nos EUA, incluindo o taxista de origem síria que, em Manhattan, me conduziu com um boneco de Bush no retrovisor e um discurso "patriótico" na garganta.
Os enxovalhos que essa gente ocasionalmente sofre não têm nome. Têm, porém, culpados, mais fáceis de encontrar na mesquita do que na sinagoga ou na igreja. É deles que os muçulmanos empenhados numa vida digna, e Colin Powell, se podem queixar, embora às vezes pareça que não se queixam o suficiente, preferindo lamentar a "intolerância" de um país que se prepara para eleger um negro presidente. Não é pela intolerância que o negro em causa foge das conotações islâmicas como o diabo do crescente, perdão, da cruz. Obama é cristão, pormenor que Powell, aliás, fez questão de lembrar com firmeza."
Alberto Gonçalves
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