sábado, novembro 22, 2008

Barack Obama

"Durante meses, acompanhei a histeria da Europa por Obama. E, no meu espanto, tentei vislumbrar os motivos da paixão nas promessas do homem. Não encontrei nada. Internamente, Obama surgia, no limite, como um social-democrata moderado; e, externamente, como uma "pomba musculada", disposto a lidar duramente com o Afeganistão, o Irão e o Paquistão. Como explicar a loucura generalizada?

Numa palavra, com a raça. Obama é preto e as esquerdas da Europa, em atitude profundamente racista, entenderam que a pigmentação da pele fazia toda a diferença. As esquerdas que embarcaram histericamente por Obama fazem lembrar os antigos fazendeiros que achavam imensa graça quando viam um escravo devidamente vestido e calçado. O racismo invertido não deixa de ser uma forma de racismo.

Resta saber se a paixão por Obama vai durar. A resposta é óbvia, porque existe um óbvio paradoxo com a eleição do homem: depois de 1989, quando o Muro caiu na cabeça das esquerdas neolíticas, o antiamericanismo converteu-se no alimento principal dos órfãos de Moscovo. Os mesmos órfãos que, agora, levados por uma forma invertida de racismo, desataram a aplaudir o novo presidente americano. Para eles, Obama é uma espécie de dr. Louçã, embora mais alto, mais elegante e, como diria o sr. Berlusconi, ligeiramente mais bronzeado. Sem a América para insultar, o que será feito desta gente nos próximos anos?

Obviamente, a desilusão será uma questão de meses, não de anos. Quando Obama começar a lidar com o mundo real, o antiamericanismo regressa e, com ele, regressa tudo ao asilo psiquiátrico
."

João Pereira Coutinho

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