Estendal
"Muitos portugueses terão ficado comovidos com a disponibilidade do Governo de avalizar uma injecção de 600 milhões num banco, que a maioria dos portugueses não faria a mínima ideia que existia, para defender a imagem de Portugal.
Considerou o primeiro-ministro que a falência do banco teria efeitos sobre a imagem de Portugal como não teve a falência do Lehman Brothers na imagem dos Estados Unidos: efeitos devastadores. Não era essa, tanto quanto se sabe, a opinião do ministro das Finanças. Mas opina quem quer e manda quem pode.
Acontece que este desvelo do chefe do Governo em relação à imagem de Portugal nos mercados externos não está a ser entendido e acompanhado pela realidade. Provavelmente é um problema de comunicação: a realidade não entende o primeiro-ministro. E assim, a realidade, pelo menos a que ressalta todos os dias dos jornais, deixa a imagem de Portugal de pantanas, tal o estendal de roupa suja que diariamente é posto ao sol.
Acontecimentos recentes ocorridos em certo e determinado banco – que não no banco atrás aludido, cujo caso é outro – colocam a imagem de Portugal a par das silhuetas do Haiti, do Iraque ou da Birmânia, últimos países da tabela mundial da percepção da corrupção. Em anos bem recentes – e não propriamente nos tempos de Alves dos Reis – ter-se-ão passado casos que configuram crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências, burla agravada e falsificação de documentos, contratos fictícios e abuso de confiança.
O que se terá passado nos últimos anos em determinado banco faz o “gangue dos perucas” parecer um grupo de escuteiros. E a imagem de Portugal dificilmente se disfarça com a maquilhagem dos avales do Estado."
João Paulo Guerra
Considerou o primeiro-ministro que a falência do banco teria efeitos sobre a imagem de Portugal como não teve a falência do Lehman Brothers na imagem dos Estados Unidos: efeitos devastadores. Não era essa, tanto quanto se sabe, a opinião do ministro das Finanças. Mas opina quem quer e manda quem pode.
Acontece que este desvelo do chefe do Governo em relação à imagem de Portugal nos mercados externos não está a ser entendido e acompanhado pela realidade. Provavelmente é um problema de comunicação: a realidade não entende o primeiro-ministro. E assim, a realidade, pelo menos a que ressalta todos os dias dos jornais, deixa a imagem de Portugal de pantanas, tal o estendal de roupa suja que diariamente é posto ao sol.
Acontecimentos recentes ocorridos em certo e determinado banco – que não no banco atrás aludido, cujo caso é outro – colocam a imagem de Portugal a par das silhuetas do Haiti, do Iraque ou da Birmânia, últimos países da tabela mundial da percepção da corrupção. Em anos bem recentes – e não propriamente nos tempos de Alves dos Reis – ter-se-ão passado casos que configuram crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências, burla agravada e falsificação de documentos, contratos fictícios e abuso de confiança.
O que se terá passado nos últimos anos em determinado banco faz o “gangue dos perucas” parecer um grupo de escuteiros. E a imagem de Portugal dificilmente se disfarça com a maquilhagem dos avales do Estado."
João Paulo Guerra
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