O PRESIDENTE E O BANCO
"As relações do presidente da República com o malogrado BPN opuseram, à partida, duas escolas de pensamento. Aliás, determinar se Cavaco Silva teve ou não teve relações com o BPN é o pormenor que divide as escolas. Uma delas, que o dr. Lello negou ser orientada pelo PS, serve-se de rumores para, discretamente, insinuar o papel "suspeito" do PR, ou de amigos do PR, em todo o caso. Note-se que não há aqui a sombra de uma acusação: há apenas sombra, espera-se que suficiente para beliscar uma certa imagem de Cavaco.
A segunda escola pretende, precisamente, resguardar Cavaco de qualquer beliscão. Os seus adeptos, na maioria estimáveis, alertam com razão para o perigo de abalar a última instância do regime que dispõe, a olhos públicos, de um mínimo de credibilidade. Sem tanta razão, parecem declarar Cavaco acima de juízos de valor.
Os excessos não se recomendam. É evidente que, neste contexto de dissimulada má-língua, Cavaco não tem que se justificar mais do que já se justificou. Mas também é evidente que, se a má-língua ganhasse forma e autor, uma eventual defesa do PR nunca poderia limitar-se a invocações do prestígio do cargo e da honradez do seu titular, nos quais, aliás, eu sou livre de acreditar e sinceramente acredito. Como Cavaco é livre de acreditar na inocência de Dias Loureiro, Dias Loureiro é livre de, conforme disse ao DN, acreditar nele próprio e você é livre de acreditar no dr. Lello. Todos somos livres de acreditar no que quisermos, incluindo no reverso das presunções acima.
O problema é esse. Se necessário, conviria juntar às crenças meia dúzia de factos, sob pena de nos entretermos a arremessar fezadas, exercício desregrado em que as piores intenções tendem a se sobrepor às boas. Isentar Cavaco de escrutínio, a título de simpatia ou simbolismo, não é defendê-lo: é sujeitá-lo aos apetites dos seus inimigos, e Deus, que não o dr. Lello, sabe que o homem tem imensos."
A segunda escola pretende, precisamente, resguardar Cavaco de qualquer beliscão. Os seus adeptos, na maioria estimáveis, alertam com razão para o perigo de abalar a última instância do regime que dispõe, a olhos públicos, de um mínimo de credibilidade. Sem tanta razão, parecem declarar Cavaco acima de juízos de valor.
Os excessos não se recomendam. É evidente que, neste contexto de dissimulada má-língua, Cavaco não tem que se justificar mais do que já se justificou. Mas também é evidente que, se a má-língua ganhasse forma e autor, uma eventual defesa do PR nunca poderia limitar-se a invocações do prestígio do cargo e da honradez do seu titular, nos quais, aliás, eu sou livre de acreditar e sinceramente acredito. Como Cavaco é livre de acreditar na inocência de Dias Loureiro, Dias Loureiro é livre de, conforme disse ao DN, acreditar nele próprio e você é livre de acreditar no dr. Lello. Todos somos livres de acreditar no que quisermos, incluindo no reverso das presunções acima.
O problema é esse. Se necessário, conviria juntar às crenças meia dúzia de factos, sob pena de nos entretermos a arremessar fezadas, exercício desregrado em que as piores intenções tendem a se sobrepor às boas. Isentar Cavaco de escrutínio, a título de simpatia ou simbolismo, não é defendê-lo: é sujeitá-lo aos apetites dos seus inimigos, e Deus, que não o dr. Lello, sabe que o homem tem imensos."
Alberto Gonçalves
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