Os canibais
"O PCP é o duende adormecido da democracia portuguesa, a última esperança face à servidão capitalista.
Ouvir as acusações de sectarismo trocadas entre o PCP e o BE é um momento enternecedor. A solidariedade entre camaradas não entra na luta feroz pela legitimidade histórica à Esquerda. O PCP rejubila com a crise da economia liberal, espécie de equivalente funcional da queda do Muro de Berlim. O PCP é o duende adormecido da democracia portuguesa, a última esperança face à servidão capitalista. No espectáculo retro do Congresso, o tempo parou. Os rostos envelhecidos, o ritual das bandeiras vermelhas, a memória muda do Gulag e da ditadura. O pior sentimentalismo é aquele que se veste de revolucionário – “No dia do fim do capitalismo, nesse dia imenso, cantaremos a Internacional”. A aliança entre o sonho e a política gera sempre a tirania. O PCP está onde sempre esteve.
A política nacional está transformada numa extensão do debate político da Esquerda. Temos a esquerda moderna do PS, mais a esquerda conservadora do PCP e finalmente a esquerda pós-moderna do Bloco. E a discussão circula monótona em torno da eventual maioria absoluta do PS. Enquanto o PCP e o Bloco se defrontam pela supremacia à esquerda do PS, os partidos adoptam uma estratégia de canibalização política. Para o Bloco, os comunistas são a velha esquerda que se recusa a morrer. Para o PCP, os bloquistas são a velha doença do esquerdismo em pose sensacional e chique. O propósito é a aniquilação do adversário, o domínio ideológico e a posterior vitória sobre a democracia burguesa. Uma receita de sonho.
Depois vem o programa comum, a canibalização do PS. Tal implica a construção de um elo com o sector mais à esquerda do PS, representado por Manuel Alegre – um homem de muitos gestos e palavras, mas um político de poucas acções consequentes. Todo este panorama encerra uma lógica política destrutiva e ao sabor dos ardores poéticos do fim da economia liberal. Nada há de novo debaixo de tão velho e perigoso céu. A não ser um anti-liberalismo primário e sectário que faria as delícias de um Lenin renascido. A julgar pelo PCP, o grande modelo para uma democracia avançada no século XXI são países como Cuba, China, Vietname, Laos e República Democrática da Coreia.
Tudo isto reflecte uma opção terceiro-mundista incompatível com um Portugal na Europa.
A causa próxima para este desastre reside no vazio da oposição aberto pelo PSD. Livre à Direita, o PS representa a Direita no seio da Esquerda. A Esquerda raramente se une, mas sabe reconhecer o inimigo comum. "
Carlos Marques de Almeida
Ouvir as acusações de sectarismo trocadas entre o PCP e o BE é um momento enternecedor. A solidariedade entre camaradas não entra na luta feroz pela legitimidade histórica à Esquerda. O PCP rejubila com a crise da economia liberal, espécie de equivalente funcional da queda do Muro de Berlim. O PCP é o duende adormecido da democracia portuguesa, a última esperança face à servidão capitalista. No espectáculo retro do Congresso, o tempo parou. Os rostos envelhecidos, o ritual das bandeiras vermelhas, a memória muda do Gulag e da ditadura. O pior sentimentalismo é aquele que se veste de revolucionário – “No dia do fim do capitalismo, nesse dia imenso, cantaremos a Internacional”. A aliança entre o sonho e a política gera sempre a tirania. O PCP está onde sempre esteve.
A política nacional está transformada numa extensão do debate político da Esquerda. Temos a esquerda moderna do PS, mais a esquerda conservadora do PCP e finalmente a esquerda pós-moderna do Bloco. E a discussão circula monótona em torno da eventual maioria absoluta do PS. Enquanto o PCP e o Bloco se defrontam pela supremacia à esquerda do PS, os partidos adoptam uma estratégia de canibalização política. Para o Bloco, os comunistas são a velha esquerda que se recusa a morrer. Para o PCP, os bloquistas são a velha doença do esquerdismo em pose sensacional e chique. O propósito é a aniquilação do adversário, o domínio ideológico e a posterior vitória sobre a democracia burguesa. Uma receita de sonho.
Depois vem o programa comum, a canibalização do PS. Tal implica a construção de um elo com o sector mais à esquerda do PS, representado por Manuel Alegre – um homem de muitos gestos e palavras, mas um político de poucas acções consequentes. Todo este panorama encerra uma lógica política destrutiva e ao sabor dos ardores poéticos do fim da economia liberal. Nada há de novo debaixo de tão velho e perigoso céu. A não ser um anti-liberalismo primário e sectário que faria as delícias de um Lenin renascido. A julgar pelo PCP, o grande modelo para uma democracia avançada no século XXI são países como Cuba, China, Vietname, Laos e República Democrática da Coreia.
Tudo isto reflecte uma opção terceiro-mundista incompatível com um Portugal na Europa.
A causa próxima para este desastre reside no vazio da oposição aberto pelo PSD. Livre à Direita, o PS representa a Direita no seio da Esquerda. A Esquerda raramente se une, mas sabe reconhecer o inimigo comum. "
Carlos Marques de Almeida
1 Comments:
Semântica pura o artigo.
Faz crer, para os incautos que esquerda e direita existem.
É artificial e conveniente.
O PCP que defende a Coreia do Norte e que defendeu os soviéticos, com as suas dezenas de milhares de vítimas, continua a sonhar com o regresso ao poder.
O PSD não existe, e quem criticava Santana mostra o que vale. O que aconteceu no Parlamento deveria levar à demissão do líder, mas este acha que não teve importância.
Santana afinal mostra que sabe de política ao antever um episódio de demissão do governo numa fase em que o PSD foi entregue a Cavaco e aos cavaquistas, demonstra que o PSD prefere se auto imolar, para que este seja PR do governo Socratino.
A desagraça aí está em todo o seu esplendor:
Os oportunistas da esquerda bacoca e com hábitos e prática estalinista ou da revolução permanente, como fizeram em Lisboa os BE, fazendo este país perder muitos milhões de € pelo capricho de um Zé e de outros Zés colocados em juízos e os oportunistas e gangsters do bloco central que roubam este país de forma descarada, com um MP que parece, até ver ao seu serviço, comoa mulher de César.
Deprimente uma Srª chamada de Cândida, deprimente deixar manter a dita à frente de onde está.
Isto de facto é um sítio muito mal frequentado.
Antes de 1 de Janeiro este governo vai-se demitir, reeditando o que fez Durão ao serviço dos americanos, este fá-lo-á ao serviço do seu ego e para segurar processos que em qualquer país dariam prisão por muito tempo.
Este é um estado mafioso em todo os sectores, os sérios calam-se e afastam-se.
Enviar um comentário
<< Home