ENVELHECIMENTO ACTIVO
"Li que o PSD escolheu Gonçalo Amaral para candidato à câmara de Olhão. Depois pousei o jornal e fui dar de comer aos cães. No dia seguinte, reparei em tantas críticas à escolha que resolvi pesquisar quem o sr. Amaral é. Ao que apurei, trata-se de um indivíduo que se reformou da Judiciária a fim de passar os dias nas televisões a dar palpites sobre crianças desaparecidas e, nos intervalos, desempenhar funções autárquicas. Ou seja, trata-se de Francisco Moita Flores, sem barba e com a presuntiva aprovação de uma direcção do PSD teoricamente empenhada em contrariar as cedências «mediáticas».
São essas cedências, e a discutível coerência da dra. Ferreira Leite, que alimentam as críticas à designação, julgo que por confirmar, do sr. Amaral. É uma maneira de ver as coisas. Em contrapartida, há os que acham positivo que os partidos "tentem crescer à custa da notoriedade pública dos outros", embora essa seja a opinião do próprio Moita Flores.
Visto que, até há dias, eu não fazia ideia da existência do sr. Amaral, não posso subscrever as críticas nem os louvores ao aproveitamento da sua "notoriedade". Visto ainda que, à esquerda e à direita, o nosso municipalismo democrático tem servido de abrigo às mais excêntricas criaturas, também não sou esquisito quanto aos sujeitos que lá desaguam.
Nos casos dos srs. Amaral e Moita Flores, prefiro notar com satisfação que o PSD utiliza as "autárquicas" para reintegrar reformados na vida activa. Numa época em que os eufemismos apregoam as incontáveis "potencialidades" da "terceira idade", é consolador ver que o PSD passa da retórica aos actos e realmente retira os aposentados dos lares, dos "centros de dia", dos jardins públicos e da genérica solidão. Acredito inclusive que o PSD tenha pensado no bem comum e tentado retirar os aposentados dos estúdios televisivos, mas isso, como o exemplo de Moita Flores já provou, é difícil, para não dizer impossível."
Alberto Gonçalves
São essas cedências, e a discutível coerência da dra. Ferreira Leite, que alimentam as críticas à designação, julgo que por confirmar, do sr. Amaral. É uma maneira de ver as coisas. Em contrapartida, há os que acham positivo que os partidos "tentem crescer à custa da notoriedade pública dos outros", embora essa seja a opinião do próprio Moita Flores.
Visto que, até há dias, eu não fazia ideia da existência do sr. Amaral, não posso subscrever as críticas nem os louvores ao aproveitamento da sua "notoriedade". Visto ainda que, à esquerda e à direita, o nosso municipalismo democrático tem servido de abrigo às mais excêntricas criaturas, também não sou esquisito quanto aos sujeitos que lá desaguam.
Nos casos dos srs. Amaral e Moita Flores, prefiro notar com satisfação que o PSD utiliza as "autárquicas" para reintegrar reformados na vida activa. Numa época em que os eufemismos apregoam as incontáveis "potencialidades" da "terceira idade", é consolador ver que o PSD passa da retórica aos actos e realmente retira os aposentados dos lares, dos "centros de dia", dos jardins públicos e da genérica solidão. Acredito inclusive que o PSD tenha pensado no bem comum e tentado retirar os aposentados dos estúdios televisivos, mas isso, como o exemplo de Moita Flores já provou, é difícil, para não dizer impossível."
Alberto Gonçalves
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