quinta-feira, janeiro 22, 2009

A MUDANÇA

"Além da evocação de gafes e da genérica galhofa que rodeou a despedida, o consenso do costume arrasou as últimas declarações de George W. Bush enquanto presidente dos EUA. Criticou-se, curiosamente em simultâneo, a insistência de Bush na ameaça terrorista e o não reconhecimento dos erros cometidos face a essa ameaça.

Provavelmente, alguns dos críticos louvarão na terça-feira a "mudança" inerente à posse de Barack Obama, por acaso o exacto Obama que manteve o anterior secretário da Defesa, que prosseguirá a intervenção no Iraque para além da "retórica de campanha" (palavras dele), que reforçará a intervenção no Afeganistão e que já admite parcialmente a estrutura e os métodos que a "guerra contra o terror" legou. Economia à parte (e o próximo secretário do Tesouro foi vital ao "resgate" financeiro de Bush), para Obama a "prioridade número um" é combater o terrorismo.

Bush também achava e, nessa matéria, obteve um considerável sucesso. Se se pode discutir os meios, são inegáveis os resultados: Bush protegeu a América de novos ataques, embora ele próprio fosse alvo fácil dos ataques e dos sapatos de uma "opinião pública" dada a julgamentos históricos de acordo com os eventos de anteontem. Espera-se que Obama, aparentemente muito menos sujeito aos segundos, seja igualmente competente a evitar os primeiros. Por enquanto, a lição parece bem aprendida, mesmo porque a realidade é óptima professora
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Alberto Gonçalves

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