quarta-feira, janeiro 21, 2009

São erros a mais

"E pronto, o Governo lá caiu na real: depois de meses de negação, fez um acerto (e que acerto!) ao cenário em que baseara o Orçamento do Estado para 2009. Mas será que caiu mesmo na real ou foi condicionado pela Comissão Europeia, que divulgou ontem as previsões para 2009 (o PIB cai o dobro do que prevê o Governo e o défice orçamental dispara para 4,6%)?

A resposta é óbvia: se o Governo não tivesse revisto as suas previsões na sexta-feira (embora a desoras, tentando limitar os danos na Imprensa, Rádio e TV) ontem sairia fortemente desacreditado.

Não vale a pena repetir aqui a análise de ontem às consequências do disparo do défice orçamental (vide aumento acentuado dos "spreads" dos bancos). Mas vale a pena tentar perceber o que nos espera. Em primeiro lugar, uma evidência: os impostos não vão baixar (e se baixarem será apenas por motivos políticos). Imagine-se o impacte no défice de uma baixa do IRC… ou do IRS (um verdadeiro descalabro). Em segundo, a confirmação de que nos próximos dois anos vamos desfazer tudo o que de bom fizemos nos últimos três em matéria de consolidação orçamental. Em terceiro, outra certeza: sem capacidade produtiva interna para responder ao aumento da moeda que os investimentos públicos vão colocar na economia, a única certeza que podemos ter é que o défice externo vai agravar-se. Com o que isso significa de encerramento de empresas e perda de empregos. São erros a mais
."

Camilo Lourenço

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