A VERDADEIRA ANEDOTA É CUBA
"Você sabia que Fidel Castro corrigiu pormenores de Crónica de uma Morte Anunciada antes da sua publicação? E que confecciona uma saborosa lagosta com ketchup? E que cumprimenta as mulheres bonitas (e casadas) com um beijinho nos lábios? E que deixou de fumar para ter autoridade moral sobre o tabagismo?
Bem, agora ficou a saber. Esta terna invasão da privacidade castrista encontra-se reunida no livro Así es Fidel, conjunto de "anedotas" (sic) adulatórias narradas por personalidades que conviveram com o grande líder, de Gabriel Garcia Marquez a Santiago Carrillo. Así es Fidel sai em Havana a tempo de comemorar uma revolução que, após 50 anos, continua a resistir, teoricamente ao imperialismo, na prática ao nepotismo, à corrupção, ao desastre económico, à miséria social e à repressão.
Não admira que a obra, cujo objectivo é mostrar o lado terreno de um homem a quem os aficionados atribuem aura divina, não inclua depoimentos de dissidentes do regime, os quais também teriam um par de episódios engraçados para contar. Infelizmente para a abrangência da recolha, os que não fugiram para a imperialista Miami foram presos ou mortos. Aliás, se Fidel não sai de casa há dois anos e meio é justamente para ter autoridade moral sobre os primeiros. E quando falecer será apenas para ter autoridade moral sobre os segundos.
Isto se Fidel falecer, coisa que os seus devotos ainda não aprenderam a conceber e as suas vítimas já desistiram de esperar. Uns e outros só conhecem a Cuba dele, há meio século a exibir o que é o socialismo. Dificilmente o poderia ter feito com maior rigor. "
Alberto Gonçalves
Bem, agora ficou a saber. Esta terna invasão da privacidade castrista encontra-se reunida no livro Así es Fidel, conjunto de "anedotas" (sic) adulatórias narradas por personalidades que conviveram com o grande líder, de Gabriel Garcia Marquez a Santiago Carrillo. Así es Fidel sai em Havana a tempo de comemorar uma revolução que, após 50 anos, continua a resistir, teoricamente ao imperialismo, na prática ao nepotismo, à corrupção, ao desastre económico, à miséria social e à repressão.
Não admira que a obra, cujo objectivo é mostrar o lado terreno de um homem a quem os aficionados atribuem aura divina, não inclua depoimentos de dissidentes do regime, os quais também teriam um par de episódios engraçados para contar. Infelizmente para a abrangência da recolha, os que não fugiram para a imperialista Miami foram presos ou mortos. Aliás, se Fidel não sai de casa há dois anos e meio é justamente para ter autoridade moral sobre os primeiros. E quando falecer será apenas para ter autoridade moral sobre os segundos.
Isto se Fidel falecer, coisa que os seus devotos ainda não aprenderam a conceber e as suas vítimas já desistiram de esperar. Uns e outros só conhecem a Cuba dele, há meio século a exibir o que é o socialismo. Dificilmente o poderia ter feito com maior rigor. "
Alberto Gonçalves
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