O assunto de Estado
"A audiência entre Cavaco Silva e Pinto Monteiro dá uma indiscutível dimensão de Estado ao caso Freeport. Por muito que se possa dizer que a reunião já estava marcada, é absolutamente impossível ignorar que este caso está a tornar irrespirável a vida política.
Não se compreende a ausência de rapidez na investigação nem a forma como um inquérito desta delicadeza, sobretudo depois do ‘Watergate’ inicial, se arrasta estes anos todos. Depois disso, não se percebe que ele chegue ao ponto de prejudicar as condições de governabilidade do País. A Justiça está a sair obviamente de rastos, sendo que a pessoa com menos culpa é a procuradora Cândida Almeida que aparece numa altura de claro controlo de estragos para evitar um desastre maior.
Mas a forma como o primeiro-ministro tem conduzido a sua defesa também sai de rastos com esta iniciativa de Cavaco Silva. Ao assumir que o assunto é de Estado e ao discuti-lo com o procurador-geral da República, exigindo celeridade, segurança na actuação da Justiça e que tudo seja investigado até ao limite, o Presidente liquida a ideia de que estamos apenas e só perante uma ‘campanha negra’ de ‘poderes ocultos’. Essa linha de defesa teria agora de incluir o Presidente da República, suspeito de estar a regar o fogo com gasolina, dando força a uma investigação que não tem factos nem existe..."
Eduardo Dâmaso
Não se compreende a ausência de rapidez na investigação nem a forma como um inquérito desta delicadeza, sobretudo depois do ‘Watergate’ inicial, se arrasta estes anos todos. Depois disso, não se percebe que ele chegue ao ponto de prejudicar as condições de governabilidade do País. A Justiça está a sair obviamente de rastos, sendo que a pessoa com menos culpa é a procuradora Cândida Almeida que aparece numa altura de claro controlo de estragos para evitar um desastre maior.
Mas a forma como o primeiro-ministro tem conduzido a sua defesa também sai de rastos com esta iniciativa de Cavaco Silva. Ao assumir que o assunto é de Estado e ao discuti-lo com o procurador-geral da República, exigindo celeridade, segurança na actuação da Justiça e que tudo seja investigado até ao limite, o Presidente liquida a ideia de que estamos apenas e só perante uma ‘campanha negra’ de ‘poderes ocultos’. Essa linha de defesa teria agora de incluir o Presidente da República, suspeito de estar a regar o fogo com gasolina, dando força a uma investigação que não tem factos nem existe..."
Eduardo Dâmaso
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