quinta-feira, abril 30, 2009

A arte de atrair tradutores

"O jornalista perguntou a Manuela Ferreira Leite (MFL) se, caso não haja maioria absoluta, admitia um Bloco Central (PSD+PS). MFL foi certamente para a entrevista preparada para essa pergunta provável. 1) Podia não lhe convir responder. Aí diria: "O que me importa, agora, é ganhar as eleições, não inventar cenários." 2) Podia querer recusar a hipótese. Aí diria: "Credo, coligação com o PS?!!" 3) Podia querer tomar a iniciativa do debate (e, se calhar, atrapalhar o PS). Aí diria: "Coligação com o PS, porque não? Temos é de servir o país." Mas MFL não quis ir por nenhum desses caminhos. Preferiu dizer: "Eu sentir-me-ia confortável com qualquer solução em que eu acredite, em que eu acredite que a conjugação de esforços e, especialmente, a conjugação de interesses, interesses no sentido do país, são coincidentes. Se perceber que o objectivo país não é propriamente aquele que está no centro das atenções, então com dificuldade haverá um Governo que possa contribuir para a melhoria do país." Quer dizer, MFL preferiu fazer o costume. Preferiu pôr o país a traduzir o que MFL disse."

Ferreira Fernandes

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