Deflação, editado aqui em Outubro de 2008

O monstro
O preço dos stocks não foi a única coisa que desceu.
Desceu o preço de tudo.
O milho desceu 46%, o petróleo 39%, o que quer dizer que vão continuar a ver os preços dos combustíveis a deslizar.
Mas não tomem isto como uma consolação, porque haverá menos dinheiro para comprar gasolina.O ouro, que se supunha ser o último e mais seguro refúgio quando acontecem as turbulências económicas, não é mais uma protecção neste ciclone.
As pessoas que compraram ouro já desejam o não ter feito, porque o seu preço sofreu um trambolhão como outras commodities.

Deflação, uma palavra que se vai tornar tão familiar como inflação.
A deflação aparece usualmente como resultado de uma explosão de uma grande bolha inflacionária, resultando em restrições, falências bancárias, fecho e insolvência de firmas.
A última grande deflação nos USA ocorreu durante a grande depressão, quando os preços caíram como agora acontece.

A deflação é um dragão, um destruidor de riqueza, uma fornalha consumidora de dinheiro. Arrastando com a baixa de preços fez desaparecer 3 000 000 milhões de investimentos, neste período de declínio e queda.

Milhares de milhões desaparecem do dia para a noite.
Os 700 mil milhões aprovados pelo Congresso podem rapidamente sair pela chaminé antes de provocarem algum efeito na avalanche dos preços.

A deflação não é só uma destruidora de riqueza é também uma criadora de desemprego, o que se está a verificar nos últimos meses.
Com uma sombria época de compras de feriados a se aproximar, com as pessoas assustadas e a guardar o que podem amealhar, como as grandes instituições financeiras, que não vendem nem aos seus melhores clientes, estamos a afundar.

In The Nation