Tudo bons rapazes

'António’ seguia sozinho a pé em direcção a casa, ao final da tarde, quando se sentiu perseguido por um gang.

Ainda acelerou o passo, mas já nada havia a fazer.

O perigo era real.

E, aos 60 anos, doente, viu-se cercado em Queluz, Sintra, pelos três assaltantes "com uma faca", descreveu depois à polícia.

Tentaram logo arrancar-lhe o fio de ouro do pescoço, tal como os dois ladrões sobreviventes também reconhecem – por isso ‘António’ puxou do seu revólver, anteontem, e abateu um dos assaltantes a tiro.

Edson Vieira, de 18 anos, já tinha sido detido por crimes de roubo.

Por isso, tinha a medida de coacção de apresentações periódicas à PSP.

‘António’ tem em dia a licença de uso e porte de arma e o revólver está legalizado.

Depois de abater o ladrão na Praceta Pedro Alexandrino com dois tiros, um na mão e outro no peito, fugiu com medo de ser alvo de linchamento e refugiou-se em casa.
Tinha razão: horas depois, quando a Judiciária foi buscar o atirador a sua casa, já era procurado na rua por mais de vinte amigos do jovem, de 18 anos, a gritarem ameaças de morte. ‘António’ telefonou à PJ e foram buscá--lo, já de noite, para interrogatório.

É neste momento arguido por homicídio, independentemente de o Ministério Público poder ou não vir a entender que agiu em legítima defesa, e saiu em liberdade.

Quanto aos dois assaltantes que acompanhavam Edson Vieira, são arguidos por tentativa de roubo a ‘António’.

Ontem, o silêncio no Largo 25 de Abril, em Queluz, era quebrado pelos gritos de dor e revolta de familiares do jovem morto.

Edson era o mais novo de quatro irmãos e não estudava há mais de ano. Gostava de sair à noite e de estar com os amigos. Laila, irmã, recebeu o telefonema fatal: Edson estava no chão a esvair-se em sangue. "Só queria ver o meu Edson com vida. Ele não fez mal a ninguém e não merecia morrer como um cão. Ele não era criminoso", diz ao CM, ainda sem conseguir controlar as lágrimas.

"ELE SEMPRE TEVE AZAR NESTAS COISAS"
Edson Vieira era visto bastantes vezes nas discotecas à noite, um comportamento, no entanto, não muito apreciado pela família. Segundo a irmã Laila Rosário, a mãe já o advertira várias vezes para os perigos da noite. "A minha mãe não gostava nada que ele saísse à noite, principalmente depois de no ano passado ter sido esfaqueado numa discoteca na Damaia", conta a irmã. Na altura, o rapaz foi internado no Hospital Amadora-Sintra e a agressão teve origem numa rixa entre grupos rivais. Segundo Laila, o irmão estava apenas a separar os elementos dos grupos quando foi atingido. "Ele sempre teve azar nestas coisas. Acredito que neste caso passou-se uma coisa muito estranha e que, infelizmente, resultou na morte do meu irmão. Destruíram a minha família", diz.

"FAZIA ASNEIRAS COMO TODOS OS MIÚDOS"
Marcelino Rosário, 39 anos e pai de Edson Vieira, está desolado com a morte do mais novo dos quatro filhos e recusa aceitar a ideia de que o filho estava a roubar. "Ele fazia asneiras como todos os miúdos da idade dele, mas não tinha necessidade para tal. Sempre fiz questão que ele estudasse, mas como ele não queria também nunca o obriguei", conta ao CM o pai do rapaz. O homem diz ainda que a família ficou destruída, depois do sucedido. "A morte do Edson tirou a minha alegria e a da minha casa. Esta casa nunca mais vai ser a mesma e só desejo que a verdade seja descoberta para ficarmos todos em paz", refere.

Com as cores do Dr Assur

Pois é.
São tudo bons rapazes.
No entanto já tinha o curso feito.
De facto, antigamente, os cães raivosos, ou que atacavam em matilha, eram abatidos, ou mantidos sob sequestro, até ver.
Então que linha separa um indivíduo que não tem formação ética moral social, porque foi deixado ao abandono , pelos vistos, porque não tinham mão nele, de um cão raivoso?
Diz a irmã que foi morto como um cão raivoso.
Quem disparou, se o não tivesse feito, teria sobrevivido, na selva da rua, criada por estes grupos de desocupados, mas que frequentam discotecas?
Não tem direito a sair à rua?
Mas a matilha voltou a atacar, provando o que um homem culpado pelo como pai do Código Penal e pelo Código do Processo Penal e pela segurança deste sítio, continua a afirmar que não existe.
Criminalidade de gang, organizada e altamente violenta que não hesita em matar, como uma cão raivoso, quem não obedece aos seus desígnios. Não pedem, tiram sem preocupação da força utilizada.
Roubam, violentam, violam e divertem-se porque estão em grupo. De forma gratuita, usam e exibem, como num sistema tribal iniciático, os troféus das vítimas, coisa que um cão não faz.
Portanto, os culpados são culpados e pagam com sangue, mas os grandes culpados são os políticos que criaram os apartheids das cidades, os que enriqueceram com ilícita causa, protegidos pelos gangues finos da maçonaria e que tomaram de assalto o Estado deste sítio e o seu pilar essencial a justiça.
As armas de defesa fizeram-se para matar, não para ameaçar.
Mas uma coisa é certa, os cães andam à solta como nas ruas de Luanda, os cães raivosos, que mordem os desgraçados criados pelo regime criminoso de um homem que há tempos foi recebido com honras nunca vistas. Estes são mesmo cães verdadeiros e com raiva, a verdadeira, a que mata lentamente e sem cura.

O Pelicano