Constâncio não aprende?
"Vítor Constâncio perdeu o sentido dos limites. Na sexta-feira atirou-se à comissão parlamentar de inquérito ao BPN para dizer que os seus trabalhos "não tiveram a componente técnica suficiente para lhes conferir inequívoca objectividade e credibilidade". Pelo meio criticou os partidos por terem "fomentado ou permitido que o Banco tenha sido usado como instrumento de combate político".
É a confirmação de que Constâncio andou sempre aos papéis: na comissão fez frequentemente de virgem ofendida e tentou colocar-se acima de qualquer crítica. Não o devia ter feito: tanto o banco como ele próprio têm responsabilidades sérias nas falhas de supervisão dos últimos anos (casos BPN, BCP e BPP, se não aparecer por aí mais nenhum...). E elas devem ser assumidas, por mais que doa à instituição e por mais que manche os currículos de quem a dirige.
É óbvio que a atitude de alguns deputados esteve longe de ser correcta: deixaram que os ódios pessoais se sobrepusessem ao sentido de Estado e não se coibiram de arrastar o Banco (instituição a quem o país muito deve) para a lama. Mas isso não pode toldar o raciocínio do governador. Constâncio cometeu muitos erros neste processo. O primeiro foi não ter admitido que o Banco errou. O segundo foi não ter dito aos deputados, e ao país, o que vai mudar para que coisas destas não voltem a acontecer. O terceiro foi ter-se deixado arrastar para a arena política (como se viu na sexta-feira). Sítio onde o banco central nunca terá vantagem."
Camilo Lourenço
É a confirmação de que Constâncio andou sempre aos papéis: na comissão fez frequentemente de virgem ofendida e tentou colocar-se acima de qualquer crítica. Não o devia ter feito: tanto o banco como ele próprio têm responsabilidades sérias nas falhas de supervisão dos últimos anos (casos BPN, BCP e BPP, se não aparecer por aí mais nenhum...). E elas devem ser assumidas, por mais que doa à instituição e por mais que manche os currículos de quem a dirige.
É óbvio que a atitude de alguns deputados esteve longe de ser correcta: deixaram que os ódios pessoais se sobrepusessem ao sentido de Estado e não se coibiram de arrastar o Banco (instituição a quem o país muito deve) para a lama. Mas isso não pode toldar o raciocínio do governador. Constâncio cometeu muitos erros neste processo. O primeiro foi não ter admitido que o Banco errou. O segundo foi não ter dito aos deputados, e ao país, o que vai mudar para que coisas destas não voltem a acontecer. O terceiro foi ter-se deixado arrastar para a arena política (como se viu na sexta-feira). Sítio onde o banco central nunca terá vantagem."
Camilo Lourenço
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