O regresso do Gasparzinho
"De vez em quando Gasparzinho, o fantasma brincalhão, regressa à política portuguesa. Desta vez o autor da proeza foi Ferro Rodrigues, que à falta de um aperto de mão entre o PS e o PSD para concretizar no Governo o bloco central social existente, disse que os socialistas deveriam juntar forças com o PCP ou com o BE no executivo.
A ideia, hilariante, só tem correspondência com as declarações da mandatária do PS para a Juventude: "Só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim. E uvas sem grainhas. É uma trabalheira".
Ignorando as palavras da mandatária do socialismo pós-proletário, porque o direito ao dislate é constitucional, o preocupante é o que diz alguém que se julgava lúcido, Ferro Rodrigues. A aliança de esquerda é um fantasma que se assusta a si próprio. Se há compatibilidade de interesses entre PS e PSD, há uma completa incompatibilidade entre PS, PCP e BE. Para fazer uma coligação com o BE (com o PCP é uma impossibilidade histórica), o PS teria de hipotecar todo o universo centrista que foi construindo. A menos que o BE se dedicasse a tirar os caroços para o PS comer as cerejas, o que é duvidoso.
Colocar o BE no Governo seria o mesmo que colocar um kamikaze no sistema político e económico português. É certo que, às vezes, a lógica é inimiga da razão, mas uma coligação do PS à esquerda é tão plausível como Kim Jong-Il aderir à social-democracia.
A menos que o PS se queira suicidar e queira levar, como companhia, o País. Presume-se que esse não é o sonho de José Sócrates."
A ideia, hilariante, só tem correspondência com as declarações da mandatária do PS para a Juventude: "Só como cerejas quando a minha empregada tira os caroços por mim. E uvas sem grainhas. É uma trabalheira".
Ignorando as palavras da mandatária do socialismo pós-proletário, porque o direito ao dislate é constitucional, o preocupante é o que diz alguém que se julgava lúcido, Ferro Rodrigues. A aliança de esquerda é um fantasma que se assusta a si próprio. Se há compatibilidade de interesses entre PS e PSD, há uma completa incompatibilidade entre PS, PCP e BE. Para fazer uma coligação com o BE (com o PCP é uma impossibilidade histórica), o PS teria de hipotecar todo o universo centrista que foi construindo. A menos que o BE se dedicasse a tirar os caroços para o PS comer as cerejas, o que é duvidoso.
Colocar o BE no Governo seria o mesmo que colocar um kamikaze no sistema político e económico português. É certo que, às vezes, a lógica é inimiga da razão, mas uma coligação do PS à esquerda é tão plausível como Kim Jong-Il aderir à social-democracia.
A menos que o PS se queira suicidar e queira levar, como companhia, o País. Presume-se que esse não é o sonho de José Sócrates."
Fernando Sobral
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