domingo, agosto 16, 2009

Medo e impreparação

A história que o CM hoje publica é exemplar do mais nefasto ‘efeito colateral’ da gripe A.
O medo de contaminação retardou por quase três dias o socorro a um doente que nem tem o vírus mas sim paludismo.
A Linha de Saúde 24 demorou dois dias a dar uma resposta objectiva, os bombeiros recusaram o transporte sem autorização escrita daquela entidade e um militar da GNR viu-se obrigado a mentir para que o 112 enviasse uma ambulância para transportar o doente. Ninguém o assume mas isto tem apenas um nome:
MEDO. Um medo patológico de um vírus que não demonstrou sequer ser mais perigoso do que uma banal gripe de época.
Esta história demonstra também uma enorme impreparação das estruturas administrativas e técnicas do Estado para lidar com situações desta natureza.
Não basta dar umas conferências de imprensa a fazer um boletim clínico diário.
Isso é obviamente importante se for limitado ao que os médicos dizem e não extensivo a declarações infelizes como a da ministra da Saúde na semana que passou.
Mais do que nunca, nestes casos, o que se pede é que as autoridades comuniquem confiança à população, não dramatizem de forma absurda e façam a necessária e intensa pedagogia junto dos servidores públicos.
A comunicação social tem as costas muito largas mas nem sempre escondem as faltas alheias.
Tenho um amigo que é médico e vai observar e resolver o problema como se fazia e sempre fez.
Mas há um facto que ressalta.
Os folhetos da DGS estão mal feitos, no que diz respeito aos sintomas.
O nº de casos a partir de determinada altura deveria parar de ser dito.
Por fim, a DGS está entregue a burocratas que não sabem o que o pessoal médico enfrenta.
Algum pessoal se saúde revela uma impreparação ou uma falta de coragem pouco aconselhável, porque a impreparação e o pânico são fruto ou de falta de vocação ou de falta de conhecimento.
Será que antes desta coisa quando se observava um doente, com uma quase de certeza meningite, (a experiência de quem sabe explica), se ía a correr buscar luvas ou máscara?
Porque quando se está perante uma situação febril têm de se sondar todas as possibilidades.
Pede-se coragem e espírito de vocação das profissões, à maneira antiga.
A matemática não é decerto disciplina importante para quem vai para medicina ou enfermagem.
História e filosofia e vida vivida pelos outros são requisitos que se precisam.
A senhora ministra apareceu demais e agora não sabe o que vai fazer, o marketing por vezes é um pau de dois bicos.
Bom senso e sensibilidade de todos precisa-se.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu tive a gripe A. Fui contagiada algures no nosso Portugal. Posso dizer que os sintomas duram o normal das gripes, não constipações, sazonais (3-4 dias) e surgem todos em menos de 12 horas. Só tomei paracetamol e limitei-me a ficar em casa durante 8 dias para não contagiar outras pessoas. O período de contágio é 1 dia antes de aparecerem os sintomas e 7 dias depois de terem aparecido. Avisei as pessoas com quem tinha contactado na véspera, para estarem alerta a qualquer sintoma. Mais ninguém do meu núcleo de amigos / família teve e não tomaram nenhum medicamento. Não é preciso ter medo. Há doenças muito mais contagiosas, mais perigosas, mais fulminantes e ninguém fala nelas. Logicamente que com a chegada do frio os nºs vão disparar, mas não será nenhuma tragédia paralisante. Quem tiver agora ficará imune e poderá ajudar os que tiverem mais tarde. O país não irá parar.

domingo, agosto 16, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Ela começou de mansinho. E o português disse: uma gripe que só infectou 10. São mesmo os laboratórios a querer ganhar dinheiro. E os aviões que caem, os acidentes rodoviários, e a gripe sazonal que mata e ninguém fala. Alarmistas. Exagerados. Isto não é para levar a sério. Trata-se bem. Mas agora, todos os dias temos casos novos. De pessoas aparentemente sem complicações, porque quando existem, já há medo. Estamos no Verão no hemisfério norte. E quando o inverno chegar? Se calhar os 2000 multiplicam-se por quanto? E com que complicações ? Se calhar alguns irão dizer, que só sobrevivem na luta, os mais fortes. Mas já não estamos no tempo dos romanos e no coliseu. E mesmo os fortes, no momento errado, não sabem se têm uma brecha, que elimine as defesas. Mesmo cumprindo regras, vai ser dificil. Vai ser mesmo mau.

domingo, agosto 16, 2009  
Anonymous Pois é. said...

Se a gripe fosse assim tão suave não estaria a haver tantos mortos. Quando vier o inverno é que vai ser.

segunda-feira, agosto 17, 2009  
Anonymous Pois é. said...

Se a gripe fosse assim tão suave não estaria a haver tantos mortos. Quando vier o inverno é que vai ser.

segunda-feira, agosto 17, 2009  
Anonymous Topos à distância said...

Diga aos dois doentes internados no Curry Cabral com prognóstico reservado e à mulher no Porto que basta só tomar o Paracetamol.

segunda-feira, agosto 17, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Mas não é com Tamiflu que se safam.
É com ventilação assistida e doses cavalares de antibióticos e sorte.
Ninguém ainda perguntou porque é que os casos mais graves acontecem em gente aprentemente jovem e sã?
O vírus afinal tem um destino.

segunda-feira, agosto 17, 2009  
Anonymous Anónimo said...

http://www.bild.de/BILD/news/bild-english/world-news/2009/08/07/swine-flu-health-expert-warning/does-virus-vaccine-increase-risk-of-cancer.html

segunda-feira, agosto 17, 2009  

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