Too little, too late
"Ao mínimo sinal de sol, as toupeiras saltaram cá para fora. Era de prever. Ontem, José Sócrates apareceu a tecer loas aos números do PIB no 2º semestre (subida de 0,3% face ao 1º trimestre).
Compreende-se. Com eleições daqui a um mês, todas as notícias são boas para apagar a sucessão de pesadelos dos últimos 12 meses. Mas como qualquer analista inexperiente sabe, não vale a pena embandeirar em arco. Porque se trata de uma "estimativa rápida" (sujeita a correcção); porque não se conhecem os contributos para este resultado (foram as exportações?
Altamente improvável. O consumo? Provavelmente, sobretudo o público. A quebra das importações? De certeza que sim) e porque o PIB, em termos homólogos (2009 sobre 2008) caiu 3,7%!
Se estes pressupostos se confirmarem não haverá muitas razões para celebrar (aliás, razões para celebrar só o facto de as locomotivas, Alemanha e França, terem crescido acima do previsto). Porque isso significa que nada de estrutural mudou na economia portuguesa: o nosso crescimento tem de assentar nas exportações e investimento, não no consumo!
É claro que é melhor crescer 0,3% do que cair 0,3% (como se esperava). Mas não vale a pena Sócrates ter ilusões: recuperação a sério (se é que crescer 1,5% ao ano, como prevê a OCDE para Portugal, pode ser considerado "recuperar a sério"), só em 2010 (e com os juros a subir).
O que significa que o desemprego, o grande inimigo do primeiro-ministro, só vai começar a cair em 2011. Demasiado tarde para ganhar eleições. "
Camilo Lourenço
Compreende-se. Com eleições daqui a um mês, todas as notícias são boas para apagar a sucessão de pesadelos dos últimos 12 meses. Mas como qualquer analista inexperiente sabe, não vale a pena embandeirar em arco. Porque se trata de uma "estimativa rápida" (sujeita a correcção); porque não se conhecem os contributos para este resultado (foram as exportações?
Altamente improvável. O consumo? Provavelmente, sobretudo o público. A quebra das importações? De certeza que sim) e porque o PIB, em termos homólogos (2009 sobre 2008) caiu 3,7%!
Se estes pressupostos se confirmarem não haverá muitas razões para celebrar (aliás, razões para celebrar só o facto de as locomotivas, Alemanha e França, terem crescido acima do previsto). Porque isso significa que nada de estrutural mudou na economia portuguesa: o nosso crescimento tem de assentar nas exportações e investimento, não no consumo!
É claro que é melhor crescer 0,3% do que cair 0,3% (como se esperava). Mas não vale a pena Sócrates ter ilusões: recuperação a sério (se é que crescer 1,5% ao ano, como prevê a OCDE para Portugal, pode ser considerado "recuperar a sério"), só em 2010 (e com os juros a subir).
O que significa que o desemprego, o grande inimigo do primeiro-ministro, só vai começar a cair em 2011. Demasiado tarde para ganhar eleições. "
Camilo Lourenço
1 Comments:
Para ganhar eleições?
Medina Carreira mais uma vez arrasou esta gente.
Esqueceu-se de dizer o que era a crise social que aí está.
Esqueceu-se de dizer que afinal o 25 de Abril foi feito para esta gente que quer roubar ou que rouba todos os dias o estado.
Esqueceu-se de dizer que a democracia é um regime acabado e sem esperança.
Não disse os nomes dos pés descalços que hoje são multimilionários.
Disse muita coisa acertada mas não conseguiu dizer tudo.
Enviar um comentário
<< Home