sábado, setembro 05, 2009

Os acorrentados da vida, como os cães...

As incidências de episódios pouco abonatórios para todos nós levam a dúvidas sobre tudo.
Tudo.
A vida hoje é um bem desprezível para alguns.
Para muitos, é uma passagem de que se não dão conta, vai correndo, mesmo que os cabelos brancos vão aparecendo, que as forças e as faculdades vão faltando, coisas de que não dão conta.
A vida para estes, é como um cão que come quando há e que passa a vida dormindo que abre os olhos sonolentos com desdém, que ladra quando é preciso, rosna às vezes, volta e meia está deitado e pouco se importa, especialmente se está acorrentado.
Esta é a vida da grande maioria dos portugueses, são vidas como cães com e sem pedigree, mais ou menos acorrentados.
Acontece que por vezes os acordam e sacodem, mas acabam sempre por suportar e viver as suas vidas como cães banais.
Uma porcaria.
Perdemos tudo, dizia um humano perto da toca.
Sustentamos um bando de meliantes que fazem de conta que nos governam, outros que fazem de conta que nos ajudam nas contendas pequenas ou grandes, dolorosas ou não, e que arrastam infinitamente coisas e as razões de queixa, em sítios a que chamam tribunais de justiça, acabando por sermos nós, as vítimas, os culpados por agitarmos a modorra das suas boas vidas, os restantes meliantes tratam de arranjar os buracos das ruas em certas ocasiões, limpam a caca dos cães e pintam as passadeiras, sempre de quatro em quatro anos.
Digamos assim, que nós toupeiras ainda damos pelo passar do tempo, sabemos que existem o brotar das flores e a queda das folhas, os humanos vivem a vida que é um cão que deixa passar o tempo e que no fim desse tempo, quando se apercebem, se acontecer que se apercebam, reparam que afinal são escravos, como o cão que comparo à vida, só sendo desatados da corrente quando chega o cangalheiro.
Assim é a vida deste imenso rebanho, satisfeito porque um dia lhes disseram que viviam em liberdade, em igualdade e fraternidade, como os outros, os ladrões e meliantes que os governam e se governam à custa da vida canina dos acorrentados da vida.

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