quarta-feira, janeiro 27, 2010

Doidos à solta

"Uma pessoa dá um desconto quando Ali Agca, o turco que tentou matar o Papa em 1981, sai da cadeia a dizer que é o Messias, que o fim do mundo acontecerá antes do final do século e que a Bíblia será aperfeiçoada por ele próprio. Afinal, diversos testemunhos confirmam que a criatura nunca exibiu grande sanidade.

Mas o que pensar quando Hugo Chávez, através de um site governamental, atribui o sismo no Haiti a uma experiência da Marinha americana, a qual, assegura-se, dispõe de uma coisa chamada "armas de terramotos"? É verdade que, em Portugal, um ex-presidente da República também culpou George W. Bush pelo tsunami no Pacífico. Porém, a afirmação foi atenuada pela idade e pela reforma. Chávez é relativamente jovem e um estadista em funções. Resta apurar se é um demente.

Ao contrário do que sucedeu com o sr. Agca, dificilmente se sujeitará o presidente venezuelano a uma junta psiquiátrica que lhe teste o grau de toleima. E é pena. Sobretudo porque Chávez conta com uma vastíssima legião de admiradores internacionais que abençoam as suas políticas e o apontam como exemplo a seguir. E das duas, uma: ou o homem é realmente maluquinho e a veneração global é simulada, caridosa e profilática (não se deve contrariar gente assim), ou o homem não é maluquinho e apenas profere atoardas de modo a satisfazer os apetites dos fiéis. Neste caso, doidos seriam os fiéis. Pior que tudo, alguns circulam por aí, nos cafés, nas repartições, nas universidades e nos lugares de influência política.

Claro que, por puro egoísmo, prefiro a primeira hipótese: mil vezes a Venezuela submetida a candidatos ao hospício do que um hospício do tamanho do mundo, onde os pacientes andam sem trela, tranquilizantes ou ao menos uma tarjeta identificativa. Infelizmente, não me compete escolher
."

Alberto Gonçalves

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