sábado, setembro 04, 2010

Foi feita Justiça? A Justiça?

Foi lido ao fim de uma eternidade o acordão do caso Casa Pia e podem tirar-se entre muitas outras algumas conclusões.
Segundo alguns, incluso as vítimas, foi feita justiça, infelizmente para eles, que são obrigados a falar o politicamente correcto porque a isso são obrigados pela teia que existe de poderes ocultos, mas não foi feita a justiça, foi a coisa possível, infelizmente.
Das sentenças agora tiradas do acordão, apenas uma será cumprida, a de Carlos Silvino.

Os que sairam impunes e nem sequer foram constituidos arguidos, esses ficam com o sorriso de desdém, próprio de qualquer criminoso que mata sem ter a noção do valor da vida humana, com este país se transformasse numa enorme favela, com gente honesta e bandido de gang.

Neste ainda chamado de Estado, onde a censura existe, mil vezes pior que a censura do tempo do Estado Novo, porque exercida por jornalistas que comem à mão do poder económico que por sua vez alimenta e corrompe os partidos politicos, desta coisa a que teimam chamar de democracia, graças a eles, todos, sem excepção, pelos silêncios, omissões e hipocrisia, baseada na desculpa da separação de poderes, desculpa por todos usada, desde o mais alto cargo até à base, e dos dirigentes dos partidos, seus acólitos e simpatizantes, ou seja todo o poder, central e local instalado e os que por lá passaram, muitos deles com fortunas ganhas e roubadas através deste Estado, que muda a Lei, porque, não existe como estado, sendo selvajaria instalada, como dizia a censura existe e as iniquidades existem, muito pior, mil vezes pior que no tempo do Estado Novo.

Um indivíduo muito conhecido que denunciou um caso, que nada tem a ver com este e até onde os acusados foram levados a julgamento, daí algumas diferenças, quando do seu exílio dourado, só se ouviram, deste indivíduo, palavras a clamar pela injustiça, quando alguns foram atingidos, falando sobre justiça democrática, coisa que não sei o que é, porque ou é justiça ou não é, mas esse, vai morrer como muitos, descansado e será um dos mais ricos do cemitério, como se fosse um santo a canonizar mais tarde por esta República de má memória, fundada por assassinos e bombistas, tudo muito correcto, porque feito em nome da liberdade e das outras coisas que os jacobinos desta geração tão bem cultivam no seu jardim de plantas venenosas, mas seria injusto nomear apenas este, podem ser nomeados muitos que passaram de visita à Instituição.

Justiça?
Não sei ao que se referem, ou seja cada vez menos, excepção feita a advogados corajosos e juízes corajosos deste colectivo, e muitos outros, que tentam remar contra esta maré de forte corrente, a esses, só posso louvar e senti pena pelo passar dos anos, com todo o respeito, daquela figura feminina aparentemente frágil, pelo que ouviu e viu, e pelo que pesaram no seu semblante desde então.
Sabem, é que eu reparo nestas coisas e não são detalhes e louvo ainda um juíz colocado numa comarca da Estremadura, mas não esquecido por muitos, como homem de coragem.
Se o poder exercido nas democracias depende apenas do voto e depois todo o tipo de crimes, pequenos e grandes, são feitos porque a impunidade é consequência dos muros intransponíveis criados depois de eleições, sempre em nome da Liberdade, eu, dispenso esta liturgia dos secularistas evangelicos do politicamente correcto, e tenham a certeza de uma coisa, democracia pluralista é uma moda e como moda vai passar, porque parte de pressupostos errados e porque os actores são gente de má índole.
O que aí vem não sei, mas se os muros agora intransponíveis, forem deitados abaixo, será um momento de grande violência, porque a semiologia indica que algo de muito mau se prepara, será a vez de reler Hobbes e o seu Leviatã.


1 Comments:

Blogger Toupeira said...

O que este processo demonstrou foi que a justiça no meu país é instrumentalizada pelo poder politico e económico e que os tribunais e os códigos de justiça foram feitos para afastar os inimigos, proteger os amigos e condenar os desprotegidos para fazer de conta que existe.
Este processo é disso um exemplo.
Os apelos aos chamados tribunais superiores nunca deveriam existir em processos destes e a existirem deveriam ser apreciados logo e devidamente escrutinados. Porque razão um juíz desembargador ou um tribunal da relação pode anquilosar a decisão de um colectivo, mesmo que de 1ª Instância?
Na grande maioria dos países esta gente estava já a cumprir pena.
Não, estão a dar entrevistas, são estrelas das televisões, isto não é um país, já foi na II República, agora é um sítio mal frequentado.
Interessante o silêncio dos partidos polícos os garantes da democracia pluralista em nome da liberdade, surgem as iniquidades.

sábado, setembro 04, 2010  

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