Interesses nacionais.
"O alegado inventor de Pedro Passos Coelho parece finalmente em ruptura com a sua invenção. Para o dr. Ângelo Correia, negociar o Orçamento com o PS é inútil dado que o PS que realmente manda, leia-se o eng. Sócrates e aquele senhor Silva Pereira, nunca negociará nada. O pressuposto faz algum sentido. Já as conclusões que o dr. Ângelo Correia retira do pressuposto não fazem sentido nenhum.
Se bem percebo, o raciocínio é o seguinte. O dr. Ângelo Correia acha que o Orçamento é uma calamidade e, ainda por cima, uma calamidade irrecuperável. Logo, o dr. Ângelo Correia acha que o Orçamento tem de ser aprovado com a abstenção do PSD e sem condições, incluindo as condições meigas, quase irrisórias, que o dr. Passos Coelho decidiu colocar. De facto, não percebo. Quando um restaurante é péssimo, as pessoas mudam de restaurante. Não tentam corrigir o cozinheiro, aliás imune a ensinamentos, e, sobretudo, não arriscam repetir o prato. O país já repetiu o prato indigesto demasiadas vezes. O dr. Ângelo Correia quer que o País teime na indigestão.
O absurdo disto não detém o dr. Ângelo Correia. De acordo com o também presidente da Câmara de Comércio Luso-Árabe, a viabilização do Orçamento recomenda-se por dois motivos. O primeiro é que a sua rejeição "criaria uma crise financeira aguda" (por contraponto à crise em curso ou à crise que advirá da respectiva aprovação?). O segundo, e brilhante, argumento é o de que "o PSD não deve fazer aquilo que o PS quer". Por outras palavras, ao abster-se, o PSD "irá dar aos portugueses a possibilidade de o PS ser confrontado consigo mesmo" e, prossegue o também cônsul honorário da Jordânia, "o PSD sabe que o PS não é capaz de governar nesta situação".
Bem, por esta altura julgo que já é lendária a incapacidade de o PS governar em qualquer situação. O mistério é o dr. Ângelo Correia ambicionar que governe. E um mistério ainda maior é o dr. Ângelo Correia não estar sozinho na ambição.
Anda por aí uma extraordinária quantidade de gente a presumir que o eng. Sócrates aspira a sair do poder e a presumir que o castigamos obrigando-o a continuar. A ideia é a de que o Orçamento será a Via Crúcis do primeiro-ministro e o seu fim político. Belíssimas intenções, não fossem realizadas a expensas de uma economia agonizante, que dificilmente suportará a brutalidade da experiência.
Assim, trata-se apenas de prolongar a tortura colectiva para efeitos estratégicos. Não importa se a estratégia serve os objectivos do dr. Ângelo Correia, do PSD em geral, do prof. Cavaco ou, se calhar, do próprio PS. Importa que não serve os objectivos de mais ninguém, embora venha enfeitada com os laçarotes da "responsabilidade" e do "interesse nacional". Interessante."
Alberto Gonçalves
Se bem percebo, o raciocínio é o seguinte. O dr. Ângelo Correia acha que o Orçamento é uma calamidade e, ainda por cima, uma calamidade irrecuperável. Logo, o dr. Ângelo Correia acha que o Orçamento tem de ser aprovado com a abstenção do PSD e sem condições, incluindo as condições meigas, quase irrisórias, que o dr. Passos Coelho decidiu colocar. De facto, não percebo. Quando um restaurante é péssimo, as pessoas mudam de restaurante. Não tentam corrigir o cozinheiro, aliás imune a ensinamentos, e, sobretudo, não arriscam repetir o prato. O país já repetiu o prato indigesto demasiadas vezes. O dr. Ângelo Correia quer que o País teime na indigestão.
O absurdo disto não detém o dr. Ângelo Correia. De acordo com o também presidente da Câmara de Comércio Luso-Árabe, a viabilização do Orçamento recomenda-se por dois motivos. O primeiro é que a sua rejeição "criaria uma crise financeira aguda" (por contraponto à crise em curso ou à crise que advirá da respectiva aprovação?). O segundo, e brilhante, argumento é o de que "o PSD não deve fazer aquilo que o PS quer". Por outras palavras, ao abster-se, o PSD "irá dar aos portugueses a possibilidade de o PS ser confrontado consigo mesmo" e, prossegue o também cônsul honorário da Jordânia, "o PSD sabe que o PS não é capaz de governar nesta situação".
Bem, por esta altura julgo que já é lendária a incapacidade de o PS governar em qualquer situação. O mistério é o dr. Ângelo Correia ambicionar que governe. E um mistério ainda maior é o dr. Ângelo Correia não estar sozinho na ambição.
Anda por aí uma extraordinária quantidade de gente a presumir que o eng. Sócrates aspira a sair do poder e a presumir que o castigamos obrigando-o a continuar. A ideia é a de que o Orçamento será a Via Crúcis do primeiro-ministro e o seu fim político. Belíssimas intenções, não fossem realizadas a expensas de uma economia agonizante, que dificilmente suportará a brutalidade da experiência.
Assim, trata-se apenas de prolongar a tortura colectiva para efeitos estratégicos. Não importa se a estratégia serve os objectivos do dr. Ângelo Correia, do PSD em geral, do prof. Cavaco ou, se calhar, do próprio PS. Importa que não serve os objectivos de mais ninguém, embora venha enfeitada com os laçarotes da "responsabilidade" e do "interesse nacional". Interessante."
Alberto Gonçalves
3 Comments:
É deprimente o estado de penúria política a que chegámos.
Mais deprimente o estado a que chegámos de calças em baixo perante os chinocas que os próprios grecos desprezaram. A ser verdade o que os media relatam e com o Professor Karamba e o Chico dos magalhães ao leme, não vamos levantar tão cedo as contas, a gaita e muito menos a coluna cervical!
Como as origens não enganam! É como o algodão! Há excepções, este, não é uma, faz parte do estado deixado pelo Senhor Cavaco, o do poço, está bem de vida, nunca lá chegaria e não fosse através da política, e é um número enorme de gente, são aqueles que já só querem o pão celeste, passe o assassinato da parábola do Grande Inquisidor de Fiodor Dostoievski, nos Irmão Karamazov, ficaram com o pão terrestre amassado pelos 10 milhôes, menos cerca de 40 000 de que este gordinho faz parte.
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