sexta-feira, novembro 19, 2010

Um homem de convicções alheias

"Se perguntam a Manuel Alegre pelo Orçamento, ele responde que o grave é que Cavaco Silva não se pronuncie a respeito. Se perguntam a Manuel Alegre pelos juros da dívida pública, ele responde que o grave é que Cavaco Silva não tome uma posição. Se perguntam a Manuel Alegre pelas horas, ele responde que o grave é Cavaco Silva não usar relógio a pilhas. O grave, digo eu, é semelhante deserto opinativo ser candidato à presidência da República. É verdade que, numa rara aceitação dos seus limites, ele já avisou que um mandato basta para fazer o que quer. Acho que bastaria um dia."

Alberto Gonçalves

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O ataque ao PM já vem tarde. Viveu muito em estado de graça. É do meu tempo da Fac em Coimbra e se naquele tempo me dissessem que chegaria aqui...eu ter-me-ia rido pq não era possível um lábias daqueles chegar a PM. Transferiu-se para Lx pq ali jamais acabava o curso. De facto não era licenciado. Comprou a licenciatura. Não teria mal algum se não fosse vaidoso e a tivesse conseguido como qq outro cidadão. As escutam são o que são. Pena não as podermos ouvir, mas ou o Juiz e o Procurador estavam loucos ou havia mesmo gato escondido com rabo de fora. Nunca se fala num negócio estranho que não apareça o seu nome. No caso Freeport? teria sido uma conspiração inglesa? Quanto à governação, o meu caro pelos vistos passa muito tempo fora, pq se estivesse atento aos indicadores da economia nos últimos 5 anos, ao diz que disse e não disse do PM e à forma incauta como ele passou olimpicamente dos avisos sobre a tormenta que estava para chegar, entenderia que para este espécime, só um julgamento popular por ter hipotecado o país nos próximos 100 anos. Sim...deixem-no trabalhar...que acabaremos mesmo de tanga!

sexta-feira, novembro 19, 2010  
Anonymous Anónimo said...

ministro explicou que a Cimeira da NATO implicava tão graves "ameaças terroristas" que se justificava a compra urgente de seis viaturas 'antimotim' para transporte de elementos policiais, ao custo de seis milhões de euros. Achei logo estranho: carros antimotim para fazer frente a ameaças terroristas? Mas já alguém ouviu falar de um motim de terroristas? (Imaginem a notícia na imprensa internacional: 'Lisboa, 21: terroristas da Al-Qaeda amotinados atacaram a cimeira da NATO em Lisboa mas foram repelidos pela polícia local, deslocando-se nos novos carros Cougar'. Sempre achei que este ministro tinha mais imaginação do que substância.

Depois, o ministro Rui Pereira anunciou no Parlamento que os carros seriam comprados por concurso e que não eram blindados mas apenas "com protecção balística". Segundo passo em falso: afinal, os carros foram comprados nos Estados Unidos por ajuste directo e são mesmo blindados, iguais aos que os americanos usam no Iraque e no Afeganistão para transportar tropas de combate - só que, nos nossos, na torre do blindado, em vez de um atirador com canhão, vai estar um PSP vigiando o motim terrorista. Assim sendo, ninguém percebe porque não foram usados outros blindados disponíveis, tais como os recentes e já mal afamados Pandur (será que tiveram medo que eles se avariassem em pleno motim?).

Mas, depois veio o pior: a "urgente aquisição" não estaria disponível a tempo da cimeira. Com sorte, talvez cheguem dois carros; com mais dinheiro gasto num transporte aéreo tipo-DHL talvez cheguem mesmo todos. Mas, como explicou um responsável da PSP, nunca chegarão a tempo de se poder ensinar os homens a manobrá-los e a cimeira é já para a semana. Há dias, com o ministro sentado ao seu lado com a sua melhor cara de ameaça terrorista iminente, o director-nacional da PSP, desculpou-se do atraso e explicou que não podiam garantir que quem lhes tinha garantido a chegada a tempo dos blindados cumprisse a sua promessa. Como? É assim que o Estado faz compras de seis milhões de euros - sem se garantir juridicamente contra o incumprimento do prazo por parte dos fornecedores? Só com promessas? Será preciso recorrer aos serviços do escritório do dr. Sérvulo Correia para fazer um simples contrato de compra e venda dependente do cumprimento do prazo por parte do vendedor?

A barraca não podia ser maior. O ultraje feito, num momento destes, a cidadãos que estão esmifrados até ao tutano por um Estado que assim gasta o dinheiro dos contribuintes não podia ser mais chocante. E, então, vá de congeminar uma saída blindada às arrecuas, a ver se pega: o novo brinquedo militar para uso da polícia civil vai servir depois, já que não serve para a cimeira da NATO, para "intervenções policiais" em bairros de risco, de grande criminalidade e droga, onde a PSP às vezes "é atacada com armas de guerra". A sério? A PSP vai passar a entrar de blindado militar na Quinta do Mocho ou no Bairro da Bela Vista atrás de assaltantes ou traficantes? Em que filme é que terão visto isso? Em que guerra civil é que se inspiram?

sexta-feira, novembro 19, 2010  
Anonymous Anónimo said...

ministro explicou que a Cimeira da NATO implicava tão graves "ameaças terroristas" que se justificava a compra urgente de seis viaturas 'antimotim' para transporte de elementos policiais, ao custo de seis milhões de euros. Achei logo estranho: carros antimotim para fazer frente a ameaças terroristas? Mas já alguém ouviu falar de um motim de terroristas? (Imaginem a notícia na imprensa internacional: 'Lisboa, 21: terroristas da Al-Qaeda amotinados atacaram a cimeira da NATO em Lisboa mas foram repelidos pela polícia local, deslocando-se nos novos carros Cougar'. Sempre achei que este ministro tinha mais imaginação do que substância.

Depois, o ministro Rui Pereira anunciou no Parlamento que os carros seriam comprados por concurso e que não eram blindados mas apenas "com protecção balística". Segundo passo em falso: afinal, os carros foram comprados nos Estados Unidos por ajuste directo e são mesmo blindados, iguais aos que os americanos usam no Iraque e no Afeganistão para transportar tropas de combate - só que, nos nossos, na torre do blindado, em vez de um atirador com canhão, vai estar um PSP vigiando o motim terrorista. Assim sendo, ninguém percebe porque não foram usados outros blindados disponíveis, tais como os recentes e já mal afamados Pandur (será que tiveram medo que eles se avariassem em pleno motim?).

Mas, depois veio o pior: a "urgente aquisição" não estaria disponível a tempo da cimeira. Com sorte, talvez cheguem dois carros; com mais dinheiro gasto num transporte aéreo tipo-DHL talvez cheguem mesmo todos. Mas, como explicou um responsável da PSP, nunca chegarão a tempo de se poder ensinar os homens a manobrá-los e a cimeira é já para a semana. Há dias, com o ministro sentado ao seu lado com a sua melhor cara de ameaça terrorista iminente, o director-nacional da PSP, desculpou-se do atraso e explicou que não podiam garantir que quem lhes tinha garantido a chegada a tempo dos blindados cumprisse a sua promessa. Como? É assim que o Estado faz compras de seis milhões de euros - sem se garantir juridicamente contra o incumprimento do prazo por parte dos fornecedores? Só com promessas? Será preciso recorrer aos serviços do escritório do dr. Sérvulo Correia para fazer um simples contrato de compra e venda dependente do cumprimento do prazo por parte do vendedor?

A barraca não podia ser maior. O ultraje feito, num momento destes, a cidadãos que estão esmifrados até ao tutano por um Estado que assim gasta o dinheiro dos contribuintes não podia ser mais chocante. E, então, vá de congeminar uma saída blindada às arrecuas, a ver se pega: o novo brinquedo militar para uso da polícia civil vai servir depois, já que não serve para a cimeira da NATO, para "intervenções policiais" em bairros de risco, de grande criminalidade e droga, onde a PSP às vezes "é atacada com armas de guerra". A sério? A PSP vai passar a entrar de blindado militar na Quinta do Mocho ou no Bairro da Bela Vista atrás de assaltantes ou traficantes? Em que filme é que terão visto isso? Em que guerra civil é que se inspiram?

sexta-feira, novembro 19, 2010  

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