quarta-feira, agosto 10, 2011

Alemanha "rainha das dívidas"

"Os alemães são caloteiros e além disso acham que são melhores que os povos do sul, ora vejam e confirmem...

Historiador Albrecht Ritschl considera Alemanha "rainha das dívidas"


PARA QUE O TEMPO NÃO APAGUE DA MEMÓRIA:

Alemanha "rainha das dívidas"

O historiador Albrecht Ritschl evoca hoje em entrevista ao site de Der Spiegel vários momentos na História do século XX em que a Alemanha equilibrou as suas contas à custa de generosas injecções de capital norte-americano ou do cancelamento de dívidas astronómicas, suportadas por grandes e pequenos países credores.
Ritschl começa por lembrar que a República de Weimar viveu entre 1924 e 1929 a pagar com empréstimos norte-americanos as reparações de guerra a que ficara condenada pelo Tratado de Versalhes, após a derrota sofrida na Primeira Grande Guerra. Como a crise de 1931, decorrente do crash bolsista de 1929, impediu o pagamento desses empréstimos, foram os EUA a arcar com os custos das reparações.

A Guerra Fria cancela a dívida alemã

Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA anteciparam-se e impediram que fossem exigidas à Alemanha reparações de guerra tão avultadas como o foram em Versalhes. Quase tudo ficou adiado até ao dia de uma eventual reunificação alemã. E, lembra Ritschl, isso significou que os trabalhadores escravizados pelo nazismo não foram compensados e que a maioria dos países europeus se viu obrigada a renunciar às indemnizações que lhe correspondiam devido à ocupação alemã.

No caso da Grécia, essa renúncia foi imposta por uma sangrenta guerra civil, ganha pelas forças pró-ocidentais já no contexto da Guerra Fria. Por muito que a Alemanha de Konrad Adenauer e Ludwig Ehrard tivesse recusado pagar indemnizações à Grécia, teria sempre à perna a reivindicação desse pagamento se não fosse por a esquerda grega ficar silenciada na sequência da guerra civil.

À pergunta do entrevistador, pressupondo a importância da primeira ajuda à Grécia, no valor de 110 mil milhões de euros, e da segunda, em valor semelhante, contrapõe Ritschl a perspetiva histórica: essas somas são peanuts ao lado do incumprimento alemão dos anos 30, apenas comparável aos custos que teve para os EUA a crise do subprime em 2008. A gravidade da crise grega, acrescenta o especialista em História económica, não reside tanto no volume da ajuda requerida pelo pequeno país, como no risco de contágio a outros países europeus.

Tiram-nos tudo - "até a camisa"
Ritschl lembra também que em 1953 os próprios EUA cancelaram uma parte substancial da dívida alemã - um haircut, segundo a moderna expressão, que reduziu a abundante cabeleira "afro" da potência devedora a uma reluzente careca. E o resultado paradoxal foi exonerar a Alemanha dos custos da guerra que tinha causado, e deixá-los aos países vítimas da ocupação.

E, finalmente, também em 1990 a Alemanha passou um calote aos seus credores, quando o chanceler Helmut Kohl decidiu ignorar o tal acordo que remetia para o dia da reunificação alemã os pagamentos devidos pela guerra. É que isso era fácil de prometer enquanto a reunificação parecia música de um futuro distante, mas difícil de cumprir quando chegasse o dia. E tinha chegado.

Ritschl conclui aconselhando os bancos alemães credores da Grécia a moderarem a sua sofreguidão cobradora, não só porque a Alemanha vive de exportações e uma crise contagiosa a arrastaria igualmente para a ruína, mas também porque o calote da Segunda Guerra Mundial, afirma, vive na memória colectiva do povo grego. Uma atitude de cobrança implacável das dívidas actuais não deixaria, segundo o historiador, de reanimar em retaliação as velhas reivindicações congeladas, da Grécia e doutros países e, nesse caso, "despojar-nos-ão de tudo, até da camisa
". "

Toupeira

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É a Alemanha afinal é caloteira.
Os alemães não trabalham mais que os povos do sul, a emigração prova-o.
É um mito.
Até na indústria os italianos e os franceses os batiam, ou concorriam com eles.
Os economistas que escrevem são paus mandados. Eu e os meus amigos não são economistas e não é preciso ser economista para perceber as coisas, basta saber história, filosofia, psicologia e perceber o mundo, sem recorrer a grandes contas ou cálculos confusos.
Um dos gupos que esconderam a bolha imobiliária eram professores de economia das escolas mais conhecidas do UK edos USA, fizeram o papel deles, mercenários isso foi criticado nas sessões de inquérito do senado depois do rebentar da crise subprime, apontaram-se os culpados, pediram desculpas, mas não foram condenados a penas de prisão efectica por crimes contra economia, incluídos os tipos das agências de rating e as grandes empresas de auditoria, aí estão eles de novo antes do big boom, a crise das dívidas soberanas, abolha que deixaram fazer em nome dos mercados, diga-se ou leia-se o grande casino e o grande manicómio que são as bolsas.

Toupeira

sexta-feira, agosto 12, 2011  

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