Firmeza, seriedade, responsabilidade e glória: eis o PS
"Não é que os políticos sejam necessariamente mentirosos. Mas são desnecessariamente preguiçosos: habituam-se a repetir clichés sem que exista qualquer correspondência entre os clichés e a realidade e, pior, sem retirar disso qualquer benefício palpável.
Veja-se o exemplo de António José Seguro, que mal chegou à liderança do Partido Socialista prometeu, à semelhança de 439.197 criaturas antes dele, em parlamentos nacionais, assembleias de freguesia ou associações de condóminos, uma oposição "firme", "séria" e "responsável". A ideia é boa, já que em teoria distingue o actual PS das forças políticas que prometem oposições débeis, desonestas e inconscientes. Infelizmente, a aplicação da ideia não costuma correr bem. A estreia do PS do dr. Seguro roçou a catástrofe ou, dependendo da perspectiva, a anedota.
Num dia, é o deputado Paulo Campos escolhido para questionar as nomeações do ministro da Economia. Por muito que o dr. Santos Pereira (o Álvaro, pá!) se atrapalhasse nas justificações do salário da sua chefe de gabinete (ou superchefe), nada justifica o à-vontade inquisitório de um sujeito que, quando era secretário de Estado das Obras Públicas, arrumou dois amigos e sócios de uma antiga empresa comum em cargos na adminis- tração dos CTT, então sob a sua tutela.
No dia seguinte, é o deputado Ricardo Rodrigues a duvidar que o Governo tenha feito o "melhor negócio" na venda do BPN, uma preocupação com a contabilidade e a rectidão curiosa em quem defendeu a nacionalização de uma organização criminosa (proeza que custou aos contribuintes dois ou três mil milhões) e se celebrizou por subtrair os gravadores dos jornalistas da Sábado que o tentavam entrevistar.
O azar do PS é que não conseguiu eleger aquele ex-participante do Big Brother que se candidatou à AR por Leiria. Caso contrário, a sumidade seria fatalmente designada para, no momento apropriado, debater a privatização da RTP, o destino do audiovisual e a importância do "serviço público". Ainda assim, estou certo de que o dr. Seguro arranjará alguém à altura das virtudes prometidas. E das misérias comprovadas. "
Alberto Gonçalves
Veja-se o exemplo de António José Seguro, que mal chegou à liderança do Partido Socialista prometeu, à semelhança de 439.197 criaturas antes dele, em parlamentos nacionais, assembleias de freguesia ou associações de condóminos, uma oposição "firme", "séria" e "responsável". A ideia é boa, já que em teoria distingue o actual PS das forças políticas que prometem oposições débeis, desonestas e inconscientes. Infelizmente, a aplicação da ideia não costuma correr bem. A estreia do PS do dr. Seguro roçou a catástrofe ou, dependendo da perspectiva, a anedota.
Num dia, é o deputado Paulo Campos escolhido para questionar as nomeações do ministro da Economia. Por muito que o dr. Santos Pereira (o Álvaro, pá!) se atrapalhasse nas justificações do salário da sua chefe de gabinete (ou superchefe), nada justifica o à-vontade inquisitório de um sujeito que, quando era secretário de Estado das Obras Públicas, arrumou dois amigos e sócios de uma antiga empresa comum em cargos na adminis- tração dos CTT, então sob a sua tutela.
No dia seguinte, é o deputado Ricardo Rodrigues a duvidar que o Governo tenha feito o "melhor negócio" na venda do BPN, uma preocupação com a contabilidade e a rectidão curiosa em quem defendeu a nacionalização de uma organização criminosa (proeza que custou aos contribuintes dois ou três mil milhões) e se celebrizou por subtrair os gravadores dos jornalistas da Sábado que o tentavam entrevistar.
O azar do PS é que não conseguiu eleger aquele ex-participante do Big Brother que se candidatou à AR por Leiria. Caso contrário, a sumidade seria fatalmente designada para, no momento apropriado, debater a privatização da RTP, o destino do audiovisual e a importância do "serviço público". Ainda assim, estou certo de que o dr. Seguro arranjará alguém à altura das virtudes prometidas. E das misérias comprovadas. "
Alberto Gonçalves
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home